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Arte Notes.

Anotações artísticas, Ambiente & Direitos Humanos por Ana Branco.

Arte Notes.

Anotações artísticas, Ambiente & Direitos Humanos por Ana Branco.

"Faust"

28.08.21

 

Alfred Jacomin «Faust and Mephistopheles»

Alfred Jacomin "Faust and Mephistopheles"

 

Will I find here what I’m lacking else?
Shall I read, perhaps, as a thousand books insist,
That Mankind everywhere torments itself,
So, here and there, some happy man exists?
...Never trembling at that void where,
Imagination damns itself to pain,
Striving towards the passage there,
Round whose mouth all Hell’s fires flame:
Choose to take that step, happy to go
Where danger lies, where Nothingness may flow.

 

Produto de um longo processo de escrita que durou entre 1772 e 1831, "Faust" de Johann Wolfgang von Goethe é uma das obras fundamentais da literatura universal. A partir de uma profunda reflexão sobre as condições de vida do homem, em particular, sobre as limitações do conhecimento humano, a tragédia conjuga de forma original motivos como a tensão entre ação e desejo e a dialética entre revolução e conservação.

O texto de Goethe elabora poeticamente as transformações e os conflitos históricos do final do século XVIII e início do XIX e posiciona-se, desde a sua forma muito fragmentária e heterogénea, como uma das mais imponentes meditações sobre o caráter inacabado, contraditório e violento do indivíduo moderno.

 

"Doble invención”

26.08.21

 

Júlio Cortázar

 

Cuando la rosa que nos mueve
cifre los términos del viaje,
cuando en el tiempo del paisaje
se borre la palabra nieve,

habrá un amor que al fin nos lleve
hasta la barca de pasaje,
y en esta mano sin mensaje
despertará tu signo leve.

Creo que soy porque te invento,
alquimia de águila en el viento
desde la arena y las penumbras,

y tú en esa vigilia alientas
la sombra con la que me alumbras
y el murmurar con que me inventas.

 

in “Salvo el crepúsculo”, o último livro de Júlio Cortázar (26 Agosto 1914 - 12 Fevereiro 1984) publicado em vida.

 

"The Doors"

24.08.21

 

A 24 de Agosto de 1966, os The Doors começaram a gravar o álbum de estreia, auto intitulado "The Doors". Editado em 1967, figura nas listas de melhores álbuns de todos os tempos.

"Light My Fire", "Alabama Song (Whiskey Bar)", "Break on Through (To the Other Side)" e "The End", são algumas das músicas incluídas no álbum.

Dia do Artista

24.08.21

 

«O Artista» de Carlos Farinha

"O Artista" de Carlos Farinha

O Artista tem a capacidade de criar, através da acção individual e da sensibilidade, valendo-se da sua faculdade de inspiração e da exteriorização de sentimentos e emoções, independentemente de qualquer finalidade utilitária.

O Dia do Artista, também conhecido como Dia dos Artistas, comemora-se a 24 de Agosto.

 

Livro do Tempo sem Tempo

21.08.21

Livro

 

O tempo passa, até mesmo pelos livros. Este, foi editado, e comprado, no início do Sec. XX. Marcas decompostas de anos de manuseio e consulta, e outros tantos de abandono e esquecimento. A foto é de 2012. Ano do meu empenho em criar a biblioteca do Centro Cultural.

Horas sem fim, nos longos dias de Inverno, centenas de livros me passaram pelas mãos. Milhares de letras escritas, no livro dos livros. No empenho, empenhado, empenhei a palavra. No interesse, dos interesses, a biblioteca não abriu ao público. O livro? Não está disponível para consulta. Está no tempo, se tempo lhe restar.

 

¡AY!

18.08.21

Monumento

 

El grito deja en el viento
una sombra de ciprés.

(Dejadme en este campo,
llorando).

Todo se ha roto en el mundo.
No queda más que el silencio.

(Dejadme en este campo,
llorando).

El horizonte sin luz
está mordido de hogueras.
(Ya os he dicho que me dejéis
en este campo,
llorando).

 

Há 85 anos, foi fuzilado Federico García Lorca, um dos mais completos criadores da cultura espanhola do século XX.

 

“Então queres ser um escritor?”

16.08.21


Charles Bukowski photo: Bukowski Bukowski.jpg

 

Se não sai de ti a explodir
apesar de tudo,
não o faças.
a menos que saia sem perguntar do teu
coração, da tua cabeça, da tua boca
das tuas entranhas,
não o faças.
se tens que estar horas sentado
a olhar para um ecrã de computador
ou curvado sobre a tua
máquina de escrever
procurando as palavras,
não o faças.

se o fazes por dinheiro ou
fama,
não o faças.
se o fazes para teres
mulheres na tua cama,
não o faças.
se tens que te sentar e
reescrever uma e outra vez,
não o faças.
se dá trabalho só pensar em fazê-lo,
não o faças.
se tentas escrever como outros escreveram,
não o faças.
se tens que esperar para que saia de ti
a gritar,
então espera pacientemente.

se nunca sair de ti a gritar,
faz outra coisa.
se tens que o ler primeiro à tua mulher
ou namorada ou namorado
ou pais ou a quem quer que seja,
não estás preparado.
não sejas como muitos escritores,
não sejas como milhares de
pessoas que se consideram escritores,
não sejas chato nem aborrecido e
pedante, não te consumas com auto-devoção.
as bibliotecas de todo o mundo têm
bocejado até
adormecer
com os da tua espécie.
não sejas mais um.
não o faças.
a menos que saia da
tua alma como um míssil,
a menos que o estar parado
te leve à loucura ou
ao suicídio ou homicídio,
não o faças.
a menos que o sol dentro de ti
te queime as tripas,
não o faças.
quando chegar mesmo a altura,
e se foste escolhido,
vai acontecer
por si só e continuará a acontecer
até que tu morras ou morra em ti.
não há outra alternativa.
e nunca houve.

 

Henry Charles Bukowski Jr., nascido a 16 de Agosto de 1920, é considerado o último escritor maldito da literatura norte-americana. Bukowski começou a escrever poesias aos 15 anos mas o seu primeiro livro foi publicado somente 20 anos depois, em 1955.

 

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