![]()
Segundo o INE, em 2020 - 2021 o risco de pobreza em Portugal aumentou para 18,4%, mais 2,2 pontos percentuais do que em 2019. O crescimento do risco de pobreza foi mais severo no caso das mulheres, em particular no caso das mulheres idosas.
Em 2021 (rendimentos de 2020), em Portugal, 2 302 milhares de pessoas encontravam-se em risco de pobreza ou exclusão social. Portugal foi, em geral, uma sociedade mais desigual em 2020 uma vez que o coeficiente de Gini - que reflete as diferenças de rendimentos entre todos os grupos populacionais - registou um valor de 33,0%, mais 1,8 p.p. do que no ano anterior (31,2%), e o rácio S80/S20, cresceu 14%, de 5,0 em 2019 para 5,7 em 2020. A desigualdade aumentou em todas as regiões, à exceção da Região Autónoma dos Açores. A região Centro foi aquela em que a desigualdade mais aumentou.
Sobre o impacto da pandemia COVID-19 no rendimento dos portugueses, o inquérito realizado em 2021 revelou que:
- entre Maio e Setembro de 2021, 16,4% das famílias referiram a redução do rendimento familiar nos 12 meses anteriores, valor que se mantém bastante superior ao obtido em pré-pandemia (10,3% em 2019); 27,5% das famílias que referiram a redução do rendimento familiar, indicaram como motivo a pandemia COVID-19;
- 5,0% das famílias referiram ter recebido apoios monetários do Estado em 2020 no âmbito da COVID-19 relacionados com o emprego dos trabalhadores por conta de outrem; 2,9% das famílias receberam apoios relacionados com o trabalho por conta própria; e 2,4% das famílias receberam apoios monetários relacionados com a família, as crianças e a habitação.
Para quem não tenha conhecimento, a taxa de de privação material corresponde à proporção da população em que se verificam pelo menos três das seguintes nove dificuldades:
a) Sem capacidade para assegurar o pagamento imediato de uma despesa inesperada próxima do valor mensal da linha de pobreza (sem recorrer a empréstimo);
b) Sem capacidade para pagar uma semana de férias, por ano, fora de casa, suportando a despesa de alojamento e viagem para todos os membros do agregado;
c) Atraso, motivado por dificuldades económicas, em algum dos pagamentos regulares relativos a rendas, prestações de crédito ou despesas correntes da residência principal, ou outras despesas não relacionadas com a residência principal;
d) Sem capacidade financeira para ter uma refeição de carne ou de peixe (ou equivalente vegetariano), pelo menos de 2 em 2 dias;
e) Sem capacidade financeira para manter a casa adequadamente aquecida;
f) Sem disponibilidade de máquina de lavar roupa por dificuldades económicas;
g) Sem disponibilidade de televisão a cores por dificuldades económicas;
h) Sem disponibilidade de telefone fixo ou telemóvel, por dificuldades económicas;
i) Sem disponibilidade de automóvel (ligeiro de passageiros ou misto) por dificuldades económicas.