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Arte Notes.

Anotações artísticas, Ambiente & Direitos Humanos por Ana Branco.

Arte Notes.

Anotações artísticas, Ambiente & Direitos Humanos por Ana Branco.

Dia Mundial do Piano

29.03.22

 

creditos

“Why does the world need a Piano Day? For many reasons. But mostly, because it doesn’t hurt to celebrate the piano and everything around it: performers, composers, piano builders, tuners, movers and most important, the listener.”
Nils Frahm


O Dia Mundial do Piano é um evento mundial anual, fundado por um grupo de pessoas afins, e celebrado no 88º dia do ano - em 2022 é a 29 de Março - devido ao número de teclas do instrumento. Para comemorar este dia, uma colectânea com trinta e duas peças de piano, exclusivas e inéditas, de vários cantos do mundo.


Dia Mundial do Teatro

27.03.22

 

 

A mensagem do Dia Mundial do Teatro, é este ano da autoria do encenador de Teatro, Ópera e Diretor de Festivais, Peter Sellars (Estados Unidos), tendo sido partilhada pelo Instituto Internacional do Teatro ITI - Organização Mundial para as Artes Performativas e traduzida para português por Ricardo Simões (do Teatro do Noroeste - Centro Dramático de Viana).

 

“O teatro é a criação na terra de um espaço de igualdade entre humanos, deuses, plantas, animais, horas de chuva, lágrimas e regeneração. O espaço de igualdade e audição profunda é iluminado pela beleza escondida, mantida viva numa interação profunda de perigo, equanimidade, sabedoria, ação e paciência.

[…]

Este é um tempo para um profundo refrescar das nossas mentes, dos nossos sentidos, das nossas imaginações, das nossas histórias e dos nossos futuros. Mas este trabalho não pode ser feito por pessoas sozinhas, trabalhando isoladamente. É um trabalho que precisamos de fazer juntos. O teatro é o convite para fazermos este trabalho juntos.”

 

Livro Português

26.03.22

 

wikipedia

 

Eu temo muito o mar, o mar enorme,
Solene, enraivecido, turbulento,
Erguido em vagalhões, rugindo ao vento;
O mar sublime, o mar que nunca dorme.

Eu temo o largo mar, rebelde, informe,
De vítimas famélico, sedento,
E creio ouvir em cada seu lamento
Os ruídos dum túmulo disforme.

Contudo, num barquinho transparente,
No seu dorso feroz vou blasonar,
Tufada a vela e n'água quase assente,

E ouvindo muito ao perto o seu bramar,
Eu rindo, sem cuidados, simplesmente,
Escarro, com desdém, no grande mar!


Cesário Verde morreu no dia 19 de Julho de 1886, com apenas 31 anos. Natural de Lisboa, foi e é um dos precursores do modernismo em Portugal.

Um poeta do concreto, das quadras simples, Cesário Verde empregou técnicas impressionistas com grande sensibilidade, evitando o lirismo tradicional e expressando-se de uma forma mais natural. A sua carreira literária começou no “Diário de Notícias”. Os versos que publicou foram na altura mal recebidos pelo público e pelos críticos literários.

A primeira edição de “O Livro de Cesário Verde” - uma coletânea de 37 dos seus poemas - foi publicada um ano após a sua morte, mas o reconhecimento da sua genialidade - que deu origem a uma nova poesia - veio quarenta anos depois, através de Fernando Pessoa, que o chamava de “mestre”. Em 1877 começou a ter sintomas de tuberculose. Tentou curar-se, mas veio a falecer da mesma doença que vitimou vários dos seus familiares.

A 26 de Março comemora-se o Dia do Livro Português. A iniciativa da Sociedade Portuguesa de Autores, representa a importância do livro e da da língua portuguesa na evolução do saber e do ser da Humanidade.

 

"O Crime"

26.03.22

Livro

 

Quando li «O Crime do Padre Amaro» de Eça de Queiroz, no início dos anos 1980, esta não era uma obra “aconselhada” a adolescentes. Tinha ouvido proferir o título, por diversas vezes, sempre envolto numa nuvem de receio. Era uma espécie de segredo, de pecado, o que só aguçou mais a minha curiosidade. De alguma forma, nem sei qual, consegui que me fosse comprado. Li-o de uma só vez e, confesso, foi uma “desilusão”. Aqui não havia um “segredo revelado”. Esta era a “história real” tantas vezes sussurrada pelos adultos. Esta era uma história repetida.

Padre Amaro, por exemplo, que não se entregou à vida religiosa em função de uma vocação genuína, praticamente não se modifica, apesar de todos os dilemas. Os padres e demais membros do clero são representados como brutos, glutões e obesos, indolentes com os ricos e intolerantes com os pobres, sem vocação e pouco afeitos a respeitar os valores, dogmas e preceitos da Igreja. As beatas, sempre prontas para cercear qualquer comportamento considerado desviante.

Em suma... hipocrisia, esperança, corrupção, degeneração, tentação, ambição, perversão e poder, esta é a lógica de ressignificação das contradições que perpassam todas as camadas sociais. Eça de Queiroz significou artisticamente uma realidade contraditória em si e, nesse contexto, «O Crime do Padre Amaro» é uma obra profundamente enraizada no seu tempo e, simultaneamente, eivada de elementos atemporais que, tal como nos mitos, não cessam de se repetir em infinitas variações.

 

Persuadir

24.03.22

Desenho

 

Há ideias interessantes, válidas e importantes. Argumentos convincentes, fórmulas milagrosas de persuasão. A literatura influencia bastante na expressão de uma prosa rica e variada. A memória também é relevante. Armazenar informação é um factor essencial à criatividade e à improvisação.

Utilizar elementos partilhados e comuns com o(s) receptor(es), facilita a persuasão. E, se aproveitarmos uma adesão já existente para conseguir o objectivo final de persuadir, facilmente se aceitam as conclusões. Funciona como uma espécie de atalho. Claro que, quanto maior for a nossa credibilidade, e aceitação, mais forte será o nosso argumento. Independente de usarmos, ou não, todos os factos relacionados com uma mesma questão.

Existem valores abstractos, relacionados com a razão, e valores concretos, relacionados com a virtude. Em maior ou menor grau, todas as questões são formuladas em termos de valor e, diariamente, mobilizamos valores com que, não só conduzimos as nossas vidas, como também defendemos perspectivas acerca do mundo. Nesta utilização constante, formamos hierarquias de valores onde alguns deles são sobrevalorizados em detrimento dos outros. É a hierarquização de valores que determina a nossa argumentação e a nossa predisposição a sermos persuadidos.

 

Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial

21.03.22

 

O Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial assinala-se, anualmente, a 21 de Março. Este dia foi estabelecido através da Resolução 2142 (XXI) da Assembleia Geral das Nações Unidas, a 26 de Outubro de 1966, em virtude dos acontecimentos ocorridos no dia 21 de Março de 1960. Nesse dia, a polícia abriu fogo e matou 69 pessoas numa manifestação pacífica em Sharpeville, na África do Sul, contra leis que aprofundavam o Apartheid.

O seu objetivo é mobilizar a sociedade civil para a luta contra a discriminação racial, bem como a importância da «Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial» (1965).

O tema deste ano é "Vozes para ação contra o Racismo". Esta edição visa, em particular:

- salientar a importância de reforçar a participação e representação públicas, significativas e seguras, em todas as áreas de tomada de decisão para prevenir e combater a discriminação racial;
- reafirmar a importância do pleno respeito pelos direitos à liberdade de expressão e reunião pacífica, e da proteção do espaço cívico;
- reconhecer a contribuição dos indivíduos e organizações que se levantam contra a discriminação racial e os desafios que enfrentam.

Este tema inspira-se no relatório do Alto Comissário sobre justiça racial e na «Agenda Rumo à Mudança Transformadora para a Justiça e Igualdade Raciais»: «OUVIR: Assegurar que as pessoas de ascendência africana e as que se levantam contra o racismo sejam protegidas e ouvidas, e que as suas preocupações sejam postas em prática».

 

Divago ...sem divagar

21.03.22

© Ana Branco

 

Paro para escutar o sossego das árvores na planície ininterrupta do viver.
Embala-me o ar azul infinito e o chilrear da paz dos pardais.
Dispersam-me os sentidos nas razões dos princípios,
nos fins das conclusões e no pretexto das ilusões.

O vento não dá horas,
o Sol não se põe e o relógio não dá tempo.

Não me estranha pensar como quem anda.
Estranha-me andar sem pensar,
existir sem sentir,
calar sem falar e ir sem partir.

 

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