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Arte Notes.

Anotações artísticas, Ambiente & Direitos Humanos por Ana Branco.

Arte Notes.

Anotações artísticas, Ambiente & Direitos Humanos por Ana Branco.

Horizonte

31.05.22

Alqueva

 

Deslumbra-me o horizonte,
onde o ocaso do Sol impõe cores no desfecho do dia.
Alimenta-me o mistério distante na hora tardia.

Na mansidão,
tão-somente pressentida,
desencontro-me na miragem poética,
no paraíso encontrado
e no devaneio de quem sonha acordado.

 

"El Abrazo"

31.05.22

 

Juan Genovés «El Abrazo» (1976)

Juan Genovés «El Abrazo» (1976)


Nos anos sessenta, após uma breve crise pictórica e um profundo relacionamento com os movimentos de oposição ao regime de Franco, Juan Genovés começou a levantar duas questões: o «indivíduo único», inicialmente resolvido como uma "colagem" em relevo, e a «multidão», tratada com tintas planas e estruturas plásticas de aspecto cinematográfico.

Esta última proposta se materializará ao longo do tempo num realismo político único, de forte denúncia social, feita a partir da manipulação de imagens fornecidas pela comunicação de massas. «El Abrazo» (1976), descrito como um dos símbolos da democracia e a pintura mais representativa deste estágio de Transição, é, nas palavras de Juan Genovés, “del pueblo, es un cuadro que no me pertenece".

 

Scala

30.05.22

Escadaria

 

Subir e descer são parte de mim.
Encontro a luz guia
no branco silencioso da escadaria.

Quanto mais desço, menos cresço.
Quanto mais subo, mais me descubro.

Na definição, recuso o apoio do corrimão.
No livre pensamento, a causa sem tempo.

 

“Inflatables”

27.05.22

 

A arte experiencial que nos envolve numa instalação imersiva, com formas usadas na escala arquitectónica, para questionarmos a nossa relação com o ambiente construído.

Usando ferramentas paramétricas, Cyril Lancelin utiliza um vocabulário de formas clássicas, e espaços volumétricos, essenciais para criar estruturas únicas. Combinando tecnologia e arte, as suas esculturas e imagens convidam o espectador para o mundo digital, onde a ficção e a realidade se misturam.

"Music is an addiction"

26.05.22

 

Miles Davis sculpture by Vlado Kostov

Miles Davis sculpture by Vlado Kostov
Hung outside the Evergreen Jazz Club, Kotor, Old Town


“A lot of people ask me where music is going today. I think it's going in short phrases. If you listen, anybody with an ear can hear that. Music is always changing. It changes because of the times and the technology that's available, the material that things are made of, like plastic cars instead of steel. So when you hear an accident today it sounds different, not all the metal colliding like it was in the forties and fifties. Musicians pick up sounds and incorporate that into their playing, so the music that they make will be different.”


Miles Davis in «Miles:The Autobiography»

 

Dia Europeu dos Parques Naturais

24.05.22

Serra de São Mamede

Com uma superfície de 56.061,31 ha, o Parque Natural da Serra de São Mamede é de extrema importância para a conservação de centenas de espécies de fauna e flora. Aqui coabitam carvalhais, castinçais, sobreirais e azinhais, a par de mantos de giesta, esteva e carqueja, assim como diversas espécies animais, sendo a zona do país com maior número de espécies de anfíbios e répteis.

O Parque Natural da Serra de São Mamede contribui, também, para o equilíbrio climático da região do Alto Alentejo, onde está inserido, tornando-a mais húmida e com maiores índices de precipitação.

O Dia Europeu dos Parques Naturais, que hoje se assinala, foi proclamado em 1999 com o objectivo de aproximar as pessoas da natureza e sensibilizar o público para a importância da beleza natural preservada nas zonas protegidas, bem como para a importância da conservação e da gestão sustentável desses locais.

 

Dia do Autor Português

22.05.22

 

wikipedia

Poeta, ficcionista, dramaturgo, filósofo, prosador, Fernando Pessoa é, inequivocamente, a mais complexa personalidade literária portuguesa e europeia do século XX. Após a morte do pai, partiu com sete anos para a África do Sul onde o seu padrasto ocupava o cargo de cônsul interino. Durante os dez anos que aí viveu, realizou com distinção os estudos liceais e redigiu alguns dos seus primeiros textos poéticos, atribuídos a pseudónimos, entre os quais se salienta o de Alexander Search.

Com dezassete anos, abandona a família e regressa a Portugal, com a intenção de ingressar no Curso Superior de Letras. Em Lisboa, acaba por abandonar os estudos, sobrevive como correspondente comercial de inglês e dedica-se a uma vida literária intensa.

Desenvolve colaboração com publicações (algumas delas dirigidas por si) como A República, Teatro, A Águia, A Renascença, Eh Real, O Jornal, A Capital, Exílio, Centauro, Portugal Futurista, Athena, Contemporânea, Revista Portuguesa, Presença, O Imparcial, O Mundo Português, Sudoeste, Momento.

Com Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros, entre outros, leva, em 1915, a cabo o projecto de Orpheu, revista que assinala a afirmação do modernismo português e cujo impacto cultural e literário só pôde cabalmente ser avaliado por gerações posteriores.

Tendo publicado em vida, em volume, apenas os seus poemas ingleses e o poema épico Mensagem, a bibliografia que legou à contemporaneidade é de tal forma extensa que o conhecimento da sua obra se encontra em curso, sendo alargado ou aprofundado à medida que vão saindo para o prelo os textos que integram um vastíssimo espólio.

Mais do que a dimensão dessa obra, cujos contornos ainda não são completamente conhecidos, profícua em projectos literários, em esboços de planos, em versões de textos, em interpretações e reflexões sobre si mesma, impõe-se, porém, a complexidade filosófica e literária de que se reveste.

Dificilmente se pode chegar a sínteses simplistas diante de um autor que, além da obra assinada com o seu próprio nome, criou vários autores aparentemente autónomos e quase com existência real, os heterónimos, de que se destacam - o seu número eleva-se às dezenas - Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro, cada um deles portador de uma identidade própria; de uma arte poética distinta; de uma evolução literária pessoal e ainda capazes de comentar as relações literárias e pessoais que estabelecem entre si.

A esta poderosa mistificação acresce ainda a obra multifacetada do seu criador, que recobre vários géneros (teatro, poesia lírica e épica, prosa doutrinária e filosófica, teorização literária, narrativa policial, etc.), vários interesses (ocultismo, nacionalismo, misticismo, etc.) e várias correntes literárias (todas por si criadas e teorizadas, como o paulismo, o interseccionismo ou o sensacionismo).

Elevando-se aos milhares de milhares as páginas já publicadas sobre a obra de Fernando Pessoa, e, muito particularmente, sobre o fenómeno da heteronímia, uma das premissas a ter em conta quando se aborda o universo pessoano é, como alerta Eduardo Lourenço, não cair no equívoco de "tomar Caeiro, Campos e Reis como fragmentos de uma totalidade que convenientemente interpretados e lidos permitiriam reconstituí-la ou pelo menos entrever o seu perfil global. A verdade é mais simples: os heterónimos são a Totalidade fragmentada [...]. Por isso mesmo e por essência não têm leitura individual, mas igualmente não têm dialéctica senão na luz dessa Totalidade de que não são partes, mas plurais e hierarquizadas maneiras de uma única e decisiva fragmentação. (p. 31)"

Avaliando a posteriori o significado global dessa aventura literária extraordinária revestem-se de particular relevo, como aspectos subjacentes a essas múltiplas realizações e a essa Totalidade entrevista, entre outros, o sentido de construtividade do poema (ou melhor, dos sistemas poéticos) e a capacidade de despersonalização obtida pela relação de reciprocidade estabelecida entre intelectualização e emoção.

Nessa medida, a obra de Fernando Pessoa constitui uma referência incontornável no processo que conduz à afirmação da modernidade, nomeadamente pela subordinação da criação literária a um processo de fingimento que, segundo Fernando Guimarães, "representa o esbatimento da subjetividade que conduzirá à poesia dramática dos heterónimos, à procura da complexidade entendida como emocionalização de uma ideia e intelectualização de uma emoção, à admissão da essencialidade expressiva da arte" bem como à "valorização da própria estrutura das realizações literárias" (cf. O Modernismo Português e a sua Poética, Porto, Lello, 1999, p. 61).

Deste modo, a poesia de Fernando Pessoa "Traçou pela sua própria existência o quadro dentro do qual se move a dialéctica mesma da nossa Modernidade", constituindo a matriz de uma filiação textual particularmente nítida à medida que a sua obra, e a dos heterónimos, ia, ao longo da década de 40, sendo descoberta e editada, a tal ponto que, a partir da sua aventura poética, se tornou impossível "escrever poesia como se a sua experiência não tivesse tido lugar."


(LOURENÇO, Eduardo, cit. por MARTINHO, Fernando J. B.

- Pessoa e a Moderna Poesia Portuguesa - do "Orpheu" a 1960, Lisboa, 1983, p. 157.)

 

“Ciclotrama"

21.05.22

 

Janaina Mello Landini “Ciclotrama (expansão)” (2019)

Janaina Mello Landini “Ciclotrama (expansão)” (2019)

Janaina Mello Landini agrega o seu conhecimento sobre a arquitetura, a física e a matemática e a sua percepção sobre o tempo para desenvolver obras que transitam por diversas escalas.

A sua pesquisa tem resultado nas séries "Ciclotramas", feitas com cordas que se desmembram em espessuras mínimas, e “Labirintos Rizomáticos”, obras em cetim que resultam na construção de perspectivas multifocais, anulando a construção tradicional.

 

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