Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Arte Notes.

Anotações artísticas, Ambiente & Direitos Humanos por Ana Branco.

Arte Notes.

Anotações artísticas, Ambiente & Direitos Humanos por Ana Branco.

"pintura animada"

31.07.22

 

Jean Dubuffet «Papa gymnastique» 1972 Collection Centre Pompidou, Paris

Jean Dubuffet, «Papa gymnastique», 1972 Collection Centre Pompidou, Paris

© Centre Pompidou, Mnam-Cci/Bertrand Prévost/Dist. RMN-GP © Adagp, Paris

Pintor, escultor e artista visual francês, Jean Dubuffet nasceu a 31 de Julho de 1901. Querendo dar voz a pessoas “estrangeiras aos círculos artísticos profissionais”, é muitas vezes considerado o inventor da arte bruta. Defendia “instinto, paixão, humor, violência, loucura” em vez de análise e razão, bem como uma maior proximidade com a natureza e as formas naturais e a rejeição de noções tradicionais de beleza.

“Papa Gymnastique” faz parte de um conjunto de objectos, figurinos e personagens recolhidos por Jean Dubuffet sob o nome de “Coucou Bazar”. Este conjunto funciona “como um desenvolvimento da pintura, uma animação dela”.

 

25.000 Anos entre tecnologias

30.07.22

 

O Museu do Côa foi inaugurado a 30 de Julho de 2010. Partindo do objeto artístico com 25.000 anos, da investigação arqueológica, dos vestígios e utensílios do quotidiano das comunidades do Paleolítico Superior, o Museu do Côa coloca à disposição do visitante tecnologia digital como meio de interpretação e assimilação da arte rupestre do Vale do Côa. Por conseguinte, contribui-se para a salvaguarda deste património.

Neste vídeo podemos observar o que poderá ser uma visita ao Museu do Côa enriquecida com a experiência de realidade aumentada e todo um equipamento digital que promove a relação entre o objeto, o conhecimento e o visitante.

Dia Mundial Contra o Tráfico de Pessoas

30.07.22

Imagem

 

Em todo o mundo, todos os anos, milhares de homens, mulheres e crianças caem nas mãos de traficantes, tanto nos seus países como no estrangeiro. O tráfico de pessoas é o terceiro “negócio” mais lucrativo do mundo, depois do tráfico de drogas e do tráfico de armas. Três, em cada quatro mulheres e raparigas traficadas, são exploradas sexualmente.

O tráfico de pessoas é uma violação grave dos Direitos Humanos à qual nenhum país está imune. Um problema contra o qual todos podemos ser agentes de mudança, identificando as vítimas e garantindo-lhes segurança, cuidados de saúde e protecção contra traficantes.

 

82 anos de actividade do Museu da Guarda

30.07.22

 

O Museu da Guarda abriu as suas portas ao público no dia 30 de Julho de 1940. Instalado no complexo arquitectónico formado pelo antigo Paço Episcopal – residência de Inverno dos prelados – e o antigo Seminário da Guarda, complexo esse que começou a ser construído no início do século XVII, o Museu desfruta de uma localização privilegiada, em pleno coração da cidade da Guarda.

 

Direito a um meio ambiente limpo, saudável e sustentável

28.07.22

Ambiente

 

Após cinco décadas a ser elaborada, a Assembleia Geral da ONU adoptou hoje uma resolução que reconhece o direito a um meio ambiente limpo, saudável e sustentável.

Desde a Declaração de Estocolmo de 1972, o direito foi integrado em constituições, leis nacionais e acordos regionais, tendo sido reconhecido pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Outubro de 2021, obtendo hoje o reconhecimento universal.

Na data hoje assinalada como o Dia da Sobrecarga da Terra, é importante salientar que cada um de nós tem o poder de usar os recursos naturais de forma responsável e sustentável, no entanto, o maior potencial de impacto em larga escala, está nos governos e empresas que alinham as suas políticas e estratégias com a realidade do nosso planeta finito.

O reconhecimento universal a um meio ambiente limpo, saudável e sustentável, irá ajudar as pessoas a defender o seu direito a um clima seguro, o seu direito de respirar ar puro e os seus direitos de acesso a água limpa e segura, alimentação adequada, ecossistemas saudáveis e ambiente não tóxico.

Hoje é também o Dia Nacional da Conservação da Natureza. Decorrente da história da LPN - Liga para a Protecção da Natureza, na comemoração do seu 50º aniversário, em 1998, o dia 28 de Julho, instituído pelo Governo Português (Resolução do Conselho de Ministros n.º 73/98), visa criar um momento anual de especial reflexão sobre as questões ligadas à natureza, quer em Portugal quer no mundo, assim como reconhecer o papel da sociedade, e do movimento associativo, em prol da defesa dos valores naturais, base da sobrevivência e das actividades humanas.

 

"Qualquer coisa é arte se um artista diz que é"

28.07.22

 

Marcel Duchamp at the Duchamp Retrospective, Pasadena Art Museum, 1963 © Julian Wasser

Marcel Duchamp at the Duchamp Retrospective, Pasadena Art Museum, 1963 © Julian Wasser

Reconhecido por quebrar as fronteiras entre arte e objectos do quotidiano, Marcel Duchamp nasceu a 28 de Julho de 1887.

Em busca de uma alternativa à representação de objectos na pintura, Duchamp começou a apresentar os próprios objectos como arte. Seleccionou objectos produzidos em massa, comercialmente disponíveis, muitas vezes utilitários, designando-os como arte e dando-lhes títulos. “Readymades”, como ele os chamava, interrompeu séculos de pensamento sobre o papel do artista como um habilidoso criador de objectos artesanais originais. Em vez disso, Duchamp argumentou: “Um objecto comum [poderia ser] elevado à dignidade de uma obra de arte pela mera escolha de um artista”.

“Readymades” também desafiava a noção de que a arte deve ser bela. Duchamp alegou ter escolhido objectos do quotidiano “com base numa reacção de indiferença visual, com e ao mesmo tempo uma total ausência de bom ou mau gosto...”. Ao fazê-lo, abriu caminho para a arte conceitual – trabalho que estava “ao serviço da mente”, em oposição a uma arte puramente “retiniana”, destinada apenas a agradar aos olhos.

 

Vivaldi e Bach

28.07.22

 

Vivaldi e Bach

 

Vivaldi e Bach faleceram a 28 de Julho. Vivaldi em 1741, e Bach em 1750. Sendo compositores totalmente diferentes, não havendo relações de estilo, havia 'relações musicais' entre ambos.

Bach foi um admirador do estilo italiano e conhecia a obra de Vivaldi, mais que isso, transcreveu vários dos concertos de Vivaldi, para o cravo e o órgão, alguns concertos para violino do L’Estro Armonico (1712) e de outros ciclos.

Bach escreveu mais de mil obras. Muitas são curtas, mas há mais de 200 Cantatas, com duração aproximada de vinte minutos, e Paixões com 3 horas de duração. Vivaldi escreveu 477 concertos, mais 46 óperas e 73 sonatas.

O estilo de Vivaldi variou pouco durante a sua vida, enquanto que a música de Bach ganhou qualidade e, já no fim da sua vida, criou, se não as suas obras mais perfeitas, aquelas que mais recebem tempo e dedicação dos especialistas - as Variações Goldberg, A Oferenda Musical e A Arte da Fuga.

Vivaldi foi esquecido por bastante tempo e, a sua 'ressurreição' começou apenas em 1939, quando o compositor italiano Alfredo Casella organizou uma exótica Semana Vivaldi. Depois veio a guerra e só em 1947 foi fundado um tímido Instituto Italiano Antonio Vivaldi com o propósito de promover a música de Vivaldi e publicar as novas edições dos seus trabalhos.

 

"I'm not interested in how people move, but what moves them"

27.07.22

 

Pina Bausch

 

Pina Bausch acreditava que a vida e a arte se mesclam ou, até mesmo, se confundem. Acreditava que muitas coisas passadas no interior de um ser humano, expressam-se apenas através do movimento. Buscou activar os sentimentos, dentro de cada um dos bailarinos, para, a partir destes, trazer a emoção e expressá-la no corpo.

Quando se propunha a trabalhar com as individualidades, não estava em busca de histórias pessoais ou perfis egocêntricos, mas buscava trazer à vista a relação entre as pessoas. Não ignorava o entorno de cada indivíduo. O interesse era nas pessoas e na relação destas com o ambiente.

 

"A Ilha"

26.07.22

Livro

 

"A Ilha" recria uma Ordem ao serviço do indivíduo, das suas capacidades e do seu bem-estar, visando a sua realização global e satisfação plena. Seguindo os princípios do Utilitarismo Superior, que em 1946 Aldous Huxley escolheu como filosofia de vida para a sua comunidade utópica, Pala é “a ilha da liberdade e da felicidade”.

Em Pala vive-se uma espécie de Hedonismo espiritual, ao passo que no Estado Mundial o prazer é puramente material. O importante para os Palaneses é a felicidade de dentro para fora. Na Ordem palanesa todos os indivíduos existem para se realizarem, para se transformarem em seres humanos totalmente desenvolvidos.

Em Pala, ninguém pertence a ninguém. Respeita-se a multiplicidade e a diversidade e aspira-se à totalidade. Deste modo, a educação dos palaneses passa também por experimentar os diferentes trabalhos existentes na sociedade, desde a pesquisa científica até ao cortar de lenha. As diversas experiências contribuem, por um lado, para realizar as diferentes facetas de cada um e, por outro, para fomentar o maior respeito pelo outro. Através de "A Ilha", Huxley recria a possibilidade de uma existência sã de espírito. Os palaneses acreditam ser essencialmente sãos e naturalmente bons e não pecadores loucos, como o resto da humanidade, que navega no mesmo barco cósmico em naufrágio Perpétuo.

Em "A Ilha", a felicidade passa também por viver em equilíbrio com a Natureza. O caminho em direcção à Humanidade Total implica a descoberta e o culto de uma vivência em harmonia com todos os seres vivos, não só da ilha como também de todo o planeta. Por isso, a comunidade palanesa não navega em perpétuo naufrágio, mas sim à tona, perfeitamente integrada no movimento perpétuo do Cosmos. Os palaneses parecem assim ter recuperado o lugar do ser humano na Ordem natural das coisas, um lugar que ele tinha voluntariamente perdido para poder manipular e transformar a natureza à medida da sua visão antropocêntrica do mundo.

Esta vontade de reintegrar o Homem na Ordem das Coisas revela a consciencialização das gentes de Pala para a importância das questões ecológicas. Não é por acaso que a educação em Pala começa pela ecologia. Desde cedo as crianças aprendem que nada existe isoladamente, e que viver implica relacionar-se. No entanto, e de acordo com os princípios ecológicos, para o indivíduo ser parte integrante da natureza terá de viver segundo as leis do mundo natural. Terá de combater os excessos e de não destruir o que o rodeia, para ele próprio não ser destruído. Em Pala ensina-se que o equilíbrio se constrói entre o dar e o receber, por isso o Homem apenas poderá sobreviver neste planeta se tratar a natureza com compaixão e inteligência. Deste modo, os princípios da ecologia elementar desempenham um papel fundamental no aperfeiçoamento da natureza humana, acabando por ir de encontro aos ensinamentos do budismo elementar, seguido pelos palaneses.

Integrados na Ordem das coisas, os palaneses recusam-se a ser dominados pelos conceitos, e especialmente pelo conceito de tempo. Esta recusa implica uma outra: a de subjugar, em nome do Progresso, a realidade presente a um futuro incerto e, provavelmente, miserável. O Progresso (associado aos interesses petrolíferos) e o futuro não exercem qualquer espécie de fascínio sobre estes homens e mulheres pois são incompatíveis com a liberdade e felicidade de que desfrutam no aqui e no agora.

"A Ilha" parece, então, querer demonstrar que a vida, se vivida com sabedoria, pode ser o paraíso na terra. Todavia, viver com sabedoria implica uma reavaliação da natureza e da ecologia. Desta forma, a obra antecipa um problema cuja resolução se tornou uma questão de sobrevivência para a humanidade: a necessidade da reconciliação dos interesses económicos com os princípios ecológicos. À frente do seu tempo, Huxley elegeu a ecologia como um dos grandes temas utópicos da sua última obra ficcional.

 

Pág. 1/4