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O Dia do Artista, também conhecido como Dia dos Artistas, comemora-se a 24 de Agosto. A condição social e profissional do artista foi variando ao longo da História. Embora tenha aparecido há vários séculos, este foi visto de maneira diferente consoante os períodos históricos em questão. A própria definição da profissão assumiu três acepções diferentes - artífice, artesão ou artista - consoante a época vivida, nem sempre sendo clara a distinção entre elas, nem o limite temporal em que vigoraram.
Num estudo de Machado Pais, “Representações da actividade artística” (integrado no âmbito de um estudo mais lato – “Inquérito aos artistas jovens portugueses” –, aplicado a artistas jovens em Portugal através de inquéritos por questionário, encomendado pelo Clube Português de Artes e Ideias, com o objectivo principal de “ver até que ponto as representações que os artistas têm da produção artística e da própria arte correspondem às posições que ocupam no mundo artístico”), a maioria dos artistas considera viver de maneira diferente da restante sociedade. Dão maior importância à liberdade de pensamento, às emoções e ao mundo sensível, à imagem pessoal, ao lazer e aos tempos livres, tendo maior espírito de aventura. Para eles, a criação artística depende sobretudo da vocação, da inspiração e da experiência de vida do próprio. Dizem-se originais e capazes de lidar com várias ideias ao mesmo tempo.
Num outro estudo de Teresa Duarte Marinho (também ele parte integrante de uma investigação mais abrangente: “O mundo da arte jovem”), os artistas plásticos entrevistados consideram ser este um gosto que os acompanha desde a infância, nomeadamente graças às aulas de Educação Visual e ao encorajamento de professores e colegas. Originalidade, sensibilidade, ruptura e didactismo são características apontadas pelos próprios como os seus principais atributos. Querem transmitir as suas ideias, têm pretensão de mudar algo no mundo, de fazer algo diferente e criar impacto. Contudo, eles próprios têm dificuldade em definir o que é um artista. Esta designação tem de lhes ser atribuída pelos que são legitimados para tal: um professor, um coleccionador ou outros. Alguns dizem, até, preferir o termo “criador”, pois o termo “artista” vulgarizou-se. Outros dizem que criar é ser-se idiota com muitas ideias. Além disso, afirmam serem, muitas vezes, vistos como pretensiosos ou snobs, com alguma coisa de génios. Porém, para eles, há qualidades essenciais que fazem deles artistas: determinação/persistência e capacidade de entrega ao trabalho, gostar da sua actividade, sinceridade/seriedade/honestidade/independência, ser informado e estar atento aos circuitos, criatividade/ter ideias novas, sensibilidade e domínio das técnicas.
Emotivos, inseguros, instáveis, frágeis, originais, sensíveis, diferentes, especiais e epicuristas, assim são vistos, muitas vezes, os artistas no que diz respeito às suas personalidades.