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Arte Notes.

Anotações artísticas, Ambiente & Direitos Humanos por Ana Branco.

Arte Notes.

Anotações artísticas, Ambiente & Direitos Humanos por Ana Branco.

Cultura como um “bem público global”

30.09.22

 

MONDIACULT 2022

 

Cento e cinquenta Estados adoptaram por unanimidade uma ambiciosa Declaração para a Cultura esta sexta-feira, no final de uma conferência de três dias convocada pela UNESCO. O texto afirma a cultura como um “bem público global”, reflectindo o acordo dos países sobre um roteiro comum para fortalecer as políticas públicas neste campo.

 

MONDIACULT 2022, a maior conferência mundial dedicada à cultura nos últimos 40 anos, reuniu cerca de 2.600 participantes durante três dias na Cidade do México. A convite da UNESCO e do México, 150 Estados enviaram delegações à conferência, 135 delas representadas ao mais alto nível por ministros da cultura.

Na Declaração, fruto de dez meses de negociações multilaterais lideradas pela UNESCO, os Estados afirmam pela primeira vez que a cultura é um “bem público global”. Consequentemente, os Estados pedem que a cultura seja incluída “como um objectivo específico por direito próprio” entre os próximos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

O texto define um conjunto de direitos culturais que precisam ser levados em conta nas políticas públicas, que vão desde os direitos sociais e económicos dos artistas, à liberdade artística, o direito das comunidades indígenas de salvaguardar e transmitir seus conhecimentos ancestrais, e a proteção e promoção do património cultural e natural.

Também exige uma regulamentação substancial do sector digital, principalmente das principais plataformas, em benefício da diversidade cultural online, dos direitos de propriedade intelectual dos artistas e do acesso justo ao conteúdo para todos.

Na Declaração, os governos também se comprometem a intensificar a luta contra o tráfico ilícito de bens culturais com maior cooperação internacional. Apelam aos operadores do mercado de arte para que não coloquem à venda objectos cuja proveniência não seja comprovada.

 

"D. Quixote"

29.09.22

 

D

 

«(...)La libertad, Sancho, es uno de los más preciosos dones que a los hombres dieron los cielos; con ella no pueden igualarse los tesoros que encierra la tierra ni el mar encubre; por la libertad así como por la honra se puede y debe aventurar la vida, y, por el contrario, el cautiverio es el mayor mal que puede venir a los hombres. Digo esto, Sancho, porque bien has visto el regalo, la abundancia que en este castillo que dejamos hemos tenido; pues en mitad de aquellos banquetes sazonados y de aquellas bebidas de nieve me parecía a mí que estaba metido entre las estrecheces del hambre, porque no lo gozaba con la libertad que lo gozara si fueran míos, que las obligaciones de las recompensas de los beneficios y mercedes recibidas son ataduras que no dejan campear al ánimo libre. ¡Venturoso aquel a quien el cielo dio un pedazo de pan sin que le quede obligación de agradecerlo a otro que al mismo cielo.(...)»

Fragmento de "D. Quixote", capítulo LVIII

Considerado uma das figuras mais importantes da literatura espanhola, Miguel de Cervantes Saavedra nasceu a 29 de Setembro de 1547.

 

"Burnt Norton"

26.09.22

 

wikipedia

 

O tempo presente e o tempo passado
Estão ambos talvez presentes no tempo futuro,
E o tempo futuro contido no tempo passado.
Se todo o tempo é eternamente presente
Todo o tempo é irredimível.
O que podia ter sido é uma abstracção
Permanecendo possibilidade perpétua
Apenas num mundo de especulação.
O que podia ter sido e o que foi
Tendem para um só fim, que é sempre presente.


Fragmento de "Burnt Norton", primeiro poema dos Quatro Quartetos de T. S. Eliot nascido a 26 de Setembro de 1888.

 

Cartoons e preocupações ambientais

24.09.22

 

A 24ª Edição do PortoCartoon, cuja exposição pode ser visitada até 8 de Outubro na Biblioteca Municipal Florbela Espanca em Matosinhos, elegeu os 3 vencedores do 𝗣𝗿𝗲́𝗺𝗶𝗼 𝗘𝘀𝗽𝗲𝗰𝗶𝗮𝗹 𝗱𝗲 𝗖𝗮𝗿𝗶𝗰𝗮𝘁𝘂𝗿𝗮, este ano dedicado a Greta Thunberg.

 

Steffen Herschel (Alemanha) «Arctic»

1º Prémio
Steffen Herschel (Alemanha) "Arctic”

Manuel Arriaga (Espanha)

2º Prémio
Manuel Arriaga (Espanha)

Stefaan Provijn (Bélgica) «Courageous Greta»

3º Prémio
Stefaan Provijn (Bélgica) "Courageous Greta”

 

Dia Internacional da Paz

21.09.22

Street Art

 

De pandemias a mudanças climáticas, vemos como a discriminação e a intolerância pioram as crises e ameaçam o bem-estar e a segurança de todos. Alimentar desigualdades, provoca violência e desestabiliza sociedades e economias.

No Dia Internacional da Paz, que hoje se celebra, partilho o excerto de um artigo de Marylène Patou-Mathis sobre as origens da violência.

«(…) Embora hoje seja difícil avaliar a verdadeira extensão dos actos de violência em tempos pré-históricos – já que a avaliação da importância desse fenómeno é provavelmente qualificada pelo estado das descobertas e estudos – é possível apresentar algumas ideias. Verifica-se, por um lado, que o número de sítios pré-históricos em que foram observados actos de violência é baixo, em relação à extensão geográfica e à duração do período considerado (vários 100.000 anos).

Por outro lado, poderíamos concluir que, embora o comportamento violento contra os outros seja antigo, a guerra nem sempre existiu. As suas origens parecem estar correlacionadas com o desenvolvimento da economia de produção, que conduziu desde muito cedo a uma mudança radical nas estruturas sociais.

A violência não está inscrita nos nossos genes. O seu surgimento tem causas históricas e sociais – o conceito de “violência primordial (original)” é um mito. A guerra não é, portanto, inseparável da condição humana, mas é produto das sociedades e das culturas que ela gera. Como mostram os estudos das primeiras sociedades humanas, quando confrontada com crises, uma comunidade é mais resiliente se for baseada na cooperação e apoio mútuo, em vez de individualismo e competição. (…)»

 

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