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Arte Notes.

Anotações artísticas, Ambiente & Direitos Humanos por Ana Branco.

Arte Notes.

Anotações artísticas, Ambiente & Direitos Humanos por Ana Branco.

Não é apenas música

30.04.23

 

Nina Simone

 

Jazz is not just music, it is a way of life, it is a way of being, a way of thinking

Nina Simone

A história do Jazz é escrita na busca pela dignidade humana, democracia e direitos civis. Tem dado força à luta contra a discriminação e o racismo.

 

Dia Internacional do Jazz

30.04.23

Desenho

 

"Jazz is really about the human experience. It’s about the ability of human beings to take the worst of circumstances and struggles and turn it into something creative and constructive. That’s something that’s built into the fiber of every human being. And I think that’s why people can respond to it. They feel the freedom in it. And the attributes of jazz are also admirable. It’s about dialogue. It’s about sharing. And teamwork. It’s in the moment, and its nonjudgmental, at its best."

Herbie Hancock

 

Celebrado mundialmente a 30 de Abril, o Dia Internacional do Jazz é comemorado em mais de 195 países com centenas de eventos ao redor do mundo, e em todos os continentes, reconhecendo o jazz como uma força de paz, diálogo intercultural e comunicação internacional.

 

O corpo que dança

29.04.23

 

O movimento não é uma decisão do espírito, é sequência natural da visão. Não há visão sem pensamento. A visão é uma complexidade de pensamentos e movimento do corpo, simultâneos. O que permite o vínculo entre mundo e indivíduo é a noção do corpo presente, um corpo que habita o mundo, que não está fora dele. O corpo que dança entrega-se ao espaço como numa expressão de sensibilidade própria do corpo. O movimento como reflexo da relação homem-mundo, indivíduo-objecto.

 

"Diarios"

29.04.23

 

Livro

 

«yo no pedí nacer en forma de signo de interrogación .
*
He pensado en la locura. He llorado rogando al cielo que me permitan enloquecer. No salir nunca de los ensueños. Ésta es mi imagen del paraíso.
*
Dolor. Dolor de ser. Dolor de amar y de no ser amada. Dolor de la noche acariciándome los cabellos. Dolor del mar. Dolor de que la vida pase sin detenerse en mi puerta. Dolor de hablar y que mis palabras queden adheridas al viento quien las dispersará por parajes inmemoriales. Dolor de ser y de no tener vocación para ser. Dolor de sobrellevar tanto amor y no poder dejarlo en parte alguna porque nadie quiere recibirlo.
*
Todo esto es locura. La locura comienza cuando se quieren realizar los deseos más profundos. Así yo debiera contentarme con el deseo y aceptar suavemente lo poco, lo ínfimo que se me realiza en la realidad. Pero esta discordancia de planos, este abismo entre el deseo y la palabra, entre la que me creo y la que soy (¿pero qué soy si soy tantas?). En fin, una contención, una represión, una limitación (mis labios ávidos).
*
Se mira las manos: sin pájaro, sin olas, sin alba. Qué puede hacer ella en este mundo. La de negro, la que se adhirió un cuervo a la mirada, la que devora el cerebro de la noche. Adelante dama del imposible. Adelante madre del tiempo. Úneme a la noche. Úneme a la noche. Dueña de todos los pájaros. Vendedora de tempestades. Cúbreme con el silencio de tus cabellos que aún piensan en mí.
*
Junto al mar dormir el sueño de los no iniciados. Dormir en olas y en alas, en las manos de lo que va y viene y te deja y te lleva, dormir en los besos de las olas que amparan y no juzgan. En el mar hundir el cuerpo desnudo, hundirse y ser transportada por el abrazo de las aguas que giran y giran como en la noche giran las otras que fui. En la noche junto al mar reconocerme: aullar, muchos aullidos en nombre de lo que debe ser olvidado. El tiempo se arrodilla frente a mi retrato de infancia y pide perdón. Perdón por el puente insalvable entre el deseo y la palabra. Perdón. Y nadie más que yo comprende el girar de las aguas.»

 

in Diarios de Alejandra Pizarnik, escritora e poetisa argentina nascida a 29 de Abril.

 

“Party Anthem” é o novo single e vídeo de Tsunamiz

29.04.23

 

Tsunamiz

 

Tsunamiz acaba de lançar o seu novo single “Party Anthem”, que se encontra já disponível em todas as plataformas digitais, sendo ainda acompanhado de um videoclipe, no YouTube oficial do artista.

 

Após "Attack" ter ultrapassado o meio milhão de visualizações no YouTube e ter rodado em programas de rádio como o "Verdes Anos" da Antena 1 e o "Planeta Pop", Tsunamiz apresenta "Party Anthem", uma canção orelhuda, dançável e avant-garde que mistura o indie rock com a electrónica e a pop, lembrando artistas contemporâneos como Gorillaz, Stromae e The Weeknd.

O tema e vídeo são, segundo Tsunamiz, “uma ode ao psicadelismo, à iluminação interior e à liberdade individual”. A realização do vídeo esteve a cargo do próprio artista, tendo a edição sido feita pela produtora Realish' Films. "Party Anthem" é o segundo single de apresentação do sexto disco de Tsunamiz, “Kultur is Dead”, com data de lançamento para o dia 23 de setembro deste ano.

Tsunamiz é Bruno Sobral, um artista independente, compositor e produtor musical seixalense fiel à ética D.I.Y. e conhecido pela sua sonoridade original e multicultural.

 

"Conterrâneos": A homenagem em disco de Ruben Portinha ao seu pai, com a participação de vários artistas nacionais

29.04.23

 

«Conterrâneos»

 

"Conterrâneos" é a derradeira prova de amor de um filho ao seu pai. A homenagem em vida a um poeta, José Campos Portinha, que retrata a vida conforme a vê, com palavras que agora ganham música pela mão do seu filho, Ruben Portinha.

 

Os remetentes desta carta são artistas bem conhecidos do panorama musical português, como José Cid, Rogério Charraz, Ana Lains, Amélia Muge, Sebastião Antunes, entre muitos outros.

Um disco conceitual, catorze temas criteriosamente selecionados de entre a vasta obra do poeta popular José Campos Portinha (três livros de poesia e um de prosa editados), e um segredo que toda a familia se esforçava por guardar: finalmente os poemas mais especiais de José seriam musicados pelo seu filho, o cantautor Ruben Portinha.


Alinhamento

01. A força da poesia (José Fanha)
02. A minha forma de ser (Rogério Charraz)
03. Saudades da minha aldeia (Ruben Portinha ft Ana Lains)
04. Minha avó era parteira (Inês Trevo)
05. Memórias de um passado (José Cid)
06. Levanta-te amigo (Pedro Vicente)
07. Carta criola (Zé di Fonga)
08. Maldita corrupção (Mariana Moreira)
09. O vento passou por mim (Joana Rita)
10. A noite mais fria (Fernando Pereira)
11. A voz da solidão (Amélia Muge)
12. O forno da minha aldeia (José Barros)
13. A vergonha e o respeito (Kastiço ft Célia Maria)
14. Escada do destino (Sebastião Antunes)

 

Tudo começou com "Saudades da minha aldeia" o tema que viria a ser escolhido como single de avanço da obra:

"Esta música foi o começo de tudo, o rastilho que originou a ideia de fazer um álbum inteiro. Na verdade, para além do poema, também foi o meu pai quem criou a base melódica, eu limitei-me a aprimorá-la."

Explica o autor.

A partir daí, poema a poema, Ruben foi desbravando até ter temas suficientes para um disco, ao mesmo tempo que procurava os interpretes ideais para cada tema.

"À medida que fui criando os ambientes musicais de cada poema, a escolha de cada voz foi intuitiva. Aliás, o resultado final está incrivelmente próximo do que idealizei à partida, e em muitos casos está ainda melhor. Mas não me limitei a convidar estes artistas só pela vertente musical, também pelo tanto que os considero e admiro enquanto seres humanos. Ter tido o privilégio de trabalhar com todos eles foi das melhores partes de todo este processo."

Continua Ruben.

Fundamental na direcção que cada tema iria tomar musicalmente, José Manuel David, músico multi-instrumentista e mais conhecido por projectos como os Gaiteiros de Lisboa, em conjunto com Ruben Portinha, produziram o disco conferindo-lhe aquela linha condutora que uniu todos os temas.

Ruben, para além de dar voz em "Saudades da minha aldeia", ficou encarregue de tocar cajón, baixo, guitarra acústica e percussão, e ainda do arranjo e execução da maioria dos coros. O álbum contou também com as participações de um conjunto de excelentes músicos, casos de Fernando Silva (guitarra portuguesa), Miguel Gomes (baixo), Carlos Lopes (acordeão), Vasco Sousa (contrabaixo), João Coelho (bateria), Nuno Estevens (viola de fado), André Correia (bombo popular), Miguel Saborida (guitarra elétrica) e José Barros que, além de ter dado voz ao tema “O forno da minha aldeia”, tocou viola braguesa e os cavaquinhos tradicionais português e cabo-verdiano.

Foi no aniversário de 75 anos de José Campos Portinha que Ruben, em conjunto com a restante família, ofereceu este presente ao seu pai. A reação não poderia ter sido melhor e o poeta fez questão que ficasse registada a sua surpresa e gratidão:

"Gostava que não ficasse no esquecimento todo o trabalho que dediquei a estes livros. Fico muito honrado com este trabalho, foi a concretização de um sonho que sempre pensei que um dia fosse dar frutos, mas não desta forma tão rápida e tão bem feita. Supera tudo aquilo que eu imaginava. Estes poemas tocarão dentro do pensamento e do coração de muita gente e oxalá que façam alguém feliz como ao ouvi-los também eu fiquei feliz."

Disse José nessa mesma ocasião.

E é assim que esta carta de amor em forma de disco chega agora ao grande público. Um disco que foge da linha editorial a que Ruben Portinha nos habituou, mas que é uma curva muito interessante no seu caminho.

 

"A vida nunca acaba e a dança nunca pára."

29.04.23

 

“Bailarinos e coreógrafos precisam ouvir com mais atenção as alegrias e tristezas do mundo, usando a dança para completar o diálogo que temos com a natureza e a vida que dura milhares de anos.

A vida nunca acaba e a dança nunca pára."

Yang Liping, autora da mensagem deste ano para o Dia Internacional da Dança

 

 

O Dia Mundial da Dança, que hoje se celebra, foi instituído em 1982 pelo Comité Internacional da Dança da UNESCO, para assinalar o nascimento de Jean-Georges Noverre (1727-1810), considerado um dos criadores da dança moderna.

A data, que celebra esta arte, uma das mais antigas do mundo, mostra a sua universalidade imune a barreiras políticas, culturais ou étnicas,  sendo também uma ocasião propícia para chamar a atenção do público em geral para a importância da dança e uma oportunidade para procurar incentivar o apoio por parte das entidades governamentais à dança.

 

Documentário da XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira já se encontra disponível online

27.04.23

 

XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira

 

Já se encontra disponível online, aqui, o documentário da XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira.

 

2022 foi ano de XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira. Entre 16 de Julho e 31 de Dezembro, Vila Nova de Cerveira foi palco deste certame dedicado à produção artística contemporânea. No total, foram apresentadas 270 obras, de 318 artistas de 29 países e contabilizados cerca de 25 mil visitantes e participantes na programação paralela.

Assinalando 44 anos, a bienal de arte mais antiga da Península Ibérica quis agir e colocar os artistas a pensar o mundo e as suas emergências globais. Através do tema “WE MUST TAKE ACTION / DEVEMOS AGIR” pretendeu-se refletir sobre questões urgentes como o ambiente e a sustentabilidade, um desafio que foi lançado à comunidade artística e ao público em geral.

Com direção artística de Helena Mendes Pereira, o evento adotou o modelo de 1978, com algumas novidades nas orientações programáticas: homenagem a Helena Almeida, país convidado - Japão, concurso internacional, artistas convidados, conferências internacionais, residências e intervenções artísticas, atividades em todo o concelho de V. N. de Cerveira, polos de exposição no Minho e na Galiza, projetos curatoriais, oficinas e visitas orientadas e arte em espaço público.

No âmbito do programa “De Município das Artes a Município para as Artes”, com curadoria de Mafalda Santos, participaram 30 artistas em 15 residências artísticas, nas 15 freguesias de Vila Nova de Cerveira. Foram realizadas 50 visitas orientadas e 40 atividades paralelas (ateliers e workshops, conferências, formações, apresentações públicas, intervenções artísticas, etc.).

 

"De Súbito, em Abril"

26.04.23

 

Livro

 

26 de Abril de 1974

Hora 18.00

Em telegrama, um editorial da «República»

Sensação estranha a de quem foi obrigado a pautar a sua expressão pelos condicionamentos mais variados, nunca as suas palavras brotando só do seu pensamento, mas de alheias conveniências ou imposições, e, de um momento para outro, vê desfazerem-se-lhe as grades.

(…)

O homem vale sobretudo pelo pensamento e o carácter das pessoas pela sua frontalidade. Com mais ou menos clareza se manifestam e as relações comuns firmam-se conforme afinidades que encontramos. Obrigar os homens a disfarçar o pensamento, impedi-los de o manifestar, emudecê-los é impedi-los de se conhecerem e estimarem. É como se todos puséssemos uma máscara, retratando as pessoas não com o rosto que é o delas, mas com figuras de careto utilizadas no carnaval, feito pelo molde desejado. Criar-se-ia desta forma uma sociedade mascarada, artificial, onde sob um sorriso se pode ocultar a traição, ou sob os traços mais vincados a maior das fraquezas. E pode chegar-se ao requinte de só um molde ser consentido e se criar a maior das monotonias ambientes e a maior das anemias do pensamento. É que à força de não poderem exprimir-se, deixam os homens de pensar.

(…)

 

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