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Arte Notes.

Blog inspirado nas obras e na criatividade dos artistas, assim como no respeito pelos direitos humanos e meio ambiente.

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Blog inspirado nas obras e na criatividade dos artistas, assim como no respeito pelos direitos humanos e meio ambiente.

31.10.23

Beleza sombria


Arte Notes.

 

cemetery

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.Monika Mostowik “dolls of milena”

dolls of milena” são estranhamente belas. A artista fotográfica polaca Monika Mostowik fotografa bonecas como se tivessem emoções intensas. Desenha as suas roupas, perucas e maquiagem, e fotografa-as em locais desertos, retratando o desespero, a tristeza ou a dor em arranjos sombrios.

31.10.23

“Bohemian Rhapsody”


Arte Notes.

 

Com “Bohemian Rhapsody”, os Queen gravaram uma música que quebrou todas as regras, todos os recordes e continua a surpreender pela sua audácia. O single, que aparece no álbum “A Night At The Opera”, foi lançado a 31 de Outubro de 1975, e o impacto foi instantâneo.

A música inovadora começa com a famosa introdução a cappella (Is this the real life?/Is this just fantasy?”) antes de abraçar tudo, desde glam-metal rock até ópera. “Bohemian Rhapsody” transborda de linguagem imaginativa e é uma prova do talento de Mercury como compositor.

31.10.23

"Congresso Internacional do Medo"


Arte Notes.

 

Imagem Wikipédia

 

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas

in "Sentimento do Mundo" (1940)

 

Carlos Drummond de Andrade, considerado por muitos o mais influente poeta brasileiro do século XX, marcou a poesia da segunda geração modernista no Brasil. Com estilo irónico, escreveu sobre situações rotineiras, textos reflexivos que ressaltam a existência humana. O poeta vivenciou as duas guerras mundiais no século XX, presenciou os sofrimentos que fizeram parte das suas recordações, portanto é marcante a escolha de cantar o medo, ao invés de amor ou ódio.

“Congresso Internacional do Medo” remete o leitor à tristeza, à dor e às angústias vividas durante o período da guerra e pós-guerra. Composto por 28 poemas, “Sentimento do Mundo" foi escrito entre 1935 e 1940, período em que as nações recuperavam da I Guerra Mundial, sofrendo com a ascensão do regime militar e, imediatamente, se deparando com o início da II Guerra Mundial, período em que o Brasil vivia a censura e o militarismo. Os poemas de Carlos Drummond de Andrade retratam problemas como as injustiças sociais, não possuem rimas e descrevem o amor, a morte e o tempo num período tenebroso. O autor nutria esperança de mudanças, ansiava pela paz e a solidariedade entre as pessoas.

30.10.23

"Variedades"


Arte Notes.

 

Livro

Mas o que é o que eu quero? [...] é preciso querer o que se deve querer, para que o pensamento, a linguagem e as suas convenções, que foram tomadas emprestadas à vida exterior, o ritmo e as entoações da voz, que são directamente coisas do ser, concordem, e que esse acordo exige sacrifícios recíprocos, sendo o mais notável aquele que o pensamento deve fazer.

 

Nascido neste dia, em 1871, Paul Valéry foi influenciado pela poesia de Charles Baudelaire, Arthur Rimbaud, Paul Verlaine e, principalmente, Stéphane Mallarmé. Interessado em desvendar os meandros do processo criativo, Valéry parte do pressuposto de que não se cria a partir do nada. Ao contrário, a obra poética é a expressão final de um trabalho árduo empreendido pelo poeta. O interesse valeriano recai especialmente no acto de fazer o poema, salientando o processo em si mais do que a obra final.

30.10.23

Pensar antes de


Ana Branco

 

Pensar é preciso

 

Se o pensamento crítico é a capacidade de análise dos factos, experiências, comentários ou situações com o objectivo de formar uma opinião própria, quando se expressa publicamente uma opinião é com intenção de demonstrar que se tem opinião própria, com intenção de ter a aprovação e o apoio de outras pessoas ou com intenção de influenciar e, consequentemente, mudar a opinião das outras pessoas a respeito de uma determinada questão? Ou, todas?

Uma opinião não é um facto. Uma opinião não é uma verdade. Uma opinião não é uma mentira. Uma opinião é uma expressão de valores morais individuais. Se o importante é ter opinião própria, porque queremos que as outras pessoas tenham a nossa? O direito à opinião própria é válido para nós e inválido para os demais?

Se existe opinião própria, existe desacordo, divergência e, logo, desentendimento. É um facto que o desentendimento causa sofrimento manifestado pela raiva, ódio, perplexidade, consternação, derrota, desesperança… Será esse o motivo de querer eliminar a opinião divergente? Se tivermos opiniões iguais não nos desentendemos, acabamos com as guerras e todos os males do mundo, evitando todo e qualquer sofrimento decorrente do desentendimento?

Podemos sempre imaginar uma harmonia universal, ou uma qualquer razão que prevaleça sobre a espontaneidade tornando-nos universalmente tolerantes. Podemos simplesmente aceitar e respeitar que somos todos diferentes, com diferentes opiniões que podem alcançar o consenso.

As redes sociais podem estar a contribuir para a polarização das sociedades, mas confundir, e misturar, factos com opiniões polariza muito mais.

29.10.23

Dia Internacional de Cuidados e Apoio


Ana Branco

 

Desenho

Desenho de autora

Assinala-se hoje pela primeira vez o Dia Internacional de Cuidados e Apoio. Uma oportunidade para reconhecer que o trabalho de cuidador – tanto remunerado como não remunerado – é crucial para o futuro do trabalho digno.

O trabalho de cuidar, tanto remunerado como não remunerado, é crucial para o futuro do trabalho digno. O crescimento populacional, o envelhecimento das sociedades, a mudança das famílias, o estatuto secundário das mulheres nos mercados de trabalho e as deficiências nas políticas sociais exigem uma acção urgente na organização do trabalho de cuidar por parte dos governos, empregadores, sindicatos e cidadãos individuais. Se não forem adequadamente abordados, os actuais défices na prestação de serviços de cuidados e na sua qualidade irão criar uma crise global grave e insustentável de cuidados e vão aumentar as desigualdades de género no trabalho.

O trabalho de cuidador consiste em duas actividades sobrepostas: actividades de cuidado directo, pessoal e relacional, como alimentar um bebé ou cuidar de um parceiro doente; e actividades de cuidados indirectos, como cozinhar e limpar. O trabalho de cuidados não remunerado é o trabalho de cuidados prestado sem recompensa monetária por cuidadores não remunerados. Os cuidados não remunerados são considerados trabalho e constituem, portanto, uma dimensão crucial do mundo do trabalho. O trabalho de assistência remunerado é realizado mediante remuneração ou lucro pelos prestadores de cuidados. Compreendem uma ampla gama de trabalhadores de serviços pessoais, como enfermeiros, professores, médicos e profissionais de cuidados pessoais. Os trabalhadores domésticos, que prestam cuidados directos e indirectos nos agregados familiares, também fazem parte da força de trabalho dos cuidados.

A economia dos cuidados está a crescer à medida que a procura de cuidados infantis e de cuidados aos idosos aumenta em todas as regiões. Criará assim um grande número de empregos nos próximos anos. No entanto, o trabalho de prestação de cuidados em todo o mundo continua a ser caracterizado por uma ausência de benefícios e protecções, salários baixos ou falta de compensação e exposição a danos físicos, mentais e, em alguns casos, sexuais. É claro que são necessárias novas soluções para os cuidados no que diz respeito à natureza e prestação de políticas e serviços de cuidados, e aos termos e condições do trabalho de cuidador.

28.10.23

Bacon


Arte Notes.

 

Francis Bacon "Study for a Portrait of John Edwards" (1988)
Imagem Wikiart

Nascido neste dia, em 1909, Francis Bacon foi um dissidente que rejeitou o estilo artístico de abstração preferido da época, a favor de um realismo distinto e perturbador. Deixou a sua marca na história da arte com uma linha poderosa e intransigente, mas repleta de infinita sensibilidade.

"Study for a Portrait of John Edwards" foi a sua última pintura de um nu masculino sentado com as pernas cruzadas. A pose teve origem nas fotografias de George Dyer tiradas por John Deakin em 1964 no estúdio de Bacon, onde, com uma circularidade nítida, este retrato foi feito vinte e quatro anos depois.

28.10.23

T3d Bunny lança novo single “Drum N’ Run”


Arte Notes.

 

T3d Bunny «Drum N’ Run»

Capa do single “Drum N’ Run”

“Drum N’ Run” baseia-se na fuga do artista às agressões sociais diárias a que somos expostos. Agressões como a discriminação, intolerância, violência, poluição social, extremismos. Este é o 2º Single de um LP que sairá em 2024 e será batizado de “Bach 2 Human”. Sem data concreta prevista para o lançamento deste segundo álbum, T3d Bunny lança no Halloween de 2023 um tema de BPMs mais acelerados e de texturas mais Drum n’ Bass, mantendo a estética de Darkwave, Synthpop e Chiptune que sempre nos habituou de trabalhos anteriores.

Após o último lançamento de “Rig Loaded” - single apreciado pelas rádios Britânicas Radio Wigwam, Big Satsuma Radio, It Is Now Radio e com algum airplay nos U.S. na Guerrilla Radio, tendo entrado no podcast cadiano New Music Saturday pelos Dr. Bones e Mike Five, assim como ter estado presente no programa Mythic Rhythmic Presents pela artista norte-americana Acacia Carr na rádio central-europeia, Massive Radio - o músico/produtor português T3d Bunny (Ted Bunny) lança a 31 de Outubro de 2023, em plena “Spooky Season”, o seu mais recente tema “Drum N’ Run”, disponível em todas as plataformas de streaming musical.

26.10.23

A Última Canção dos The Beatles


Arte Notes.

 

«Now And Then» dos The Beatles

Capa "Now And Then”

“Now And Then” é a última canção dos The Beatles – escrita e cantada por John Lennon, desenvolvida e trabalhada por Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, e agora finalmente finalizada por Paul e Ringo, mais de quatro décadas depois. “Now And Then” será lançada no dia 2 de Novembro às 14h00.

Um documentário de 12 minutos, “Now And Then - The Last Beatles Song”, escrito e realizado por Oliver Murray, será estreado a 1 de Novembro. A estreia global online do filme terá lugar no canal dos The Beatles no YouTube às 19h30 (horário de Portugal Continental). Esta curta-metragem comovente conta a história por trás da última canção dos The Beatles, com filmagens e comentários exclusivos de Paul, Ringo, George, Sean Ono Lennon e Peter Jackson.

A 10 de Novembro, as colectâneas dos The Beatles “1962-1966” (‘The Red Album’) e “1967-1970” (‘The Blue Album’) serão lançadas em novas versões de 2023. Desde que foram lançados originalmente há 50 anos, estes álbuns apresentaram a música dos The Beatles a várias gerações. Agora, os alinhamentos de ambas as colectâneas foram alargados, com todas as canções misturadas em stereo e Dolby Atmos. A versão britânica do single “Love Me Do” é agora o tema de abertura de “1962-1966” (edição de 2023), e “Now And Then” surge na colectânea “1967-1970” (edição de 2023) para completar as colectâneas que abrangem a carreira do grupo.

26.10.23

“Cansaço da informação”


Arte Notes.

 

Livro

«(…)SFI (Síndrome da Fadiga da Informação), o cansaço da informação, é a enfermidade psíquica que é causada por um excesso de informação. Os afligidos reclamam do estupor crescente das capacidades analíticas, de déficits de atenção, de inquietude generalizada ou de incapacidade de tomar responsabilidades. Em 1996 o psicólogo britânico David Lewis cunhou esse conceito. SFI se referia primeiramente àquelas pessoas que precisavam de trabalhar profissionalmente por um longo tempo uma grande quantidade de informação. Hoje todos são vítimas da SFI. A razão disso é que todos somos confrontados com quantias rapidamente crescentes de informação.

Um dos principais sintomas da SFI é o estupor das capacidades analíticas. Justamente a capacidade analítica constitui o pensamento. O excesso de informação faz com que o pensamento definhe. A faculdade analítica consiste em deixar de lado todo o material perceptivo que não é essencial ao que está em questão. Ela é, em última instância, a capacidade de distinguir o essencial do não essencial. A enxurrada de informações à qual estamos hoje entregues prejudica, evidentemente, a capacidade de reduzir as coisas ao essencial. É necessariamente própria ao pensamento, porém a negatividade da distinção da selecção. Assim, o pensamento é sempre exclusivo.

Mais informação não leva necessariamente a melhores decisões. Justamente devido à crescente massa de informação, hoje a faculdade do juízo definha. Frequentemente, menos informação gera mais. A negatividade do deixar de fora e do esquecer é produtiva. Mais informação e comunicação não esclarecem o mundo por si mesmo. A transparência não torna também [por si mesma nada] clarividente. A massa de informação não produz por si mesma nenhuma verdade. Ela não traz nenhuma luz à escuridão. Quanto mais informação é libertada, mais o mundo se torna não abrangível, fantasmagórico. A partir de um determinado ponto, a informação não é mais informativa [informativ], mas sim deformadora [deformativ], e a comunicação não é mais comunicativa, mas sim cumulativa.(…)»

Byung-Chul Han considera que a hipercomunicação digital destrói o silêncio de que a alma necessita para reflectir e para ser ela própria. “(…)Hoje não somos mais destinatários e consumidores passivos de informação, mas sim remetentes e produtores activos. Não nos contentamos mais em consumir informações passivamente, mas sim queremos produzi-las e comunicá-las activamente nós mesmos. Somos simultaneamente consumidores e produtores. Este duplo papel aumenta enormemente a quantidade de informação. (…) A informação é cumulativa e aditiva, enquanto a verdade é exclusiva e selectiva (…). Médias como blogs, Twitter ou Facebook desmediatizam [entmediatisieren] a comunicação. A sociedade de opinião e de informação de hoje apoia-se nessa comunicação desmediatizada. Todos produzem e enviam informação. A desmediatização da comunicação faz com que jornalistas, esses antigos representantes elitistas, esses “fazedores de opinião” e mesmo sacerdotes da opinião, pareçam completamente superficiais e anacrónicos. A média digital dissolve toda a classe sacerdotal. A desmediatização generalizada encerra a época da representação. Hoje, todos querem estar eles mesmos directamente presentes e apresentar a sua opinião sem intermediários (…)”. Só se ouve o ruído sem sentido e sem coerência. “A sociedade da indignação é uma sociedade do escândalo. Ela não tem contenção, não tem compostura. A desobediência, a histeria e as rebeldias – que são características das ondas de indignação – não permitem nenhuma comunicação discreta e factual, nenhum diálogo, nenhum discurso.”

25.10.23

“Carmen”


Arte Notes.

 

No Dia Mundial da Ópera, que hoje se assinala em reconhecimento da história e da excelência do teatro lírico, unindo o canto ao drama, referência aCarmen” do compositor romântico francês Georges Bizet, nascido neste dia há 185 anos.

Prosper Mérimée construiu uma novela da qual Bizet tirou uma personagem que a sua ópera transformou em mito. O da mulher livre ouvindo o seu desejo sem se preocupar com as conveniências, e condenada a morrer esfaqueada por um desertor devorado pela paixão. Quem diz mito diz uma infinidade de leituras possíveis. Sendo a ópera mais popular do mundo, "Carmen" continua suscetível às abordagens mais recentes, como qualquer obra-prima universal.

24.10.23

Podemos e devemos, mas queremos?


Ana Branco

 

Imagem Wikipédia

Hoje celebra-se o Dia das Nações Unidas. A data assinala o aniversário da entrada em vigor, em 1945, da Carta das Nações Unidas.

Durante os seus 78 anos de existência, as Nações Unidas têm-se revelado, nas palavras do secretário-geral António Guterres, “um reflexo do mundo tal como ele é, e uma aspiração de um mundo que sabemos que se pode tornar uma realidade”, sublinhando que "Somos um mundo dividido. Podemos - e devemos - ser nações unidas. Neste Dia das Nações Unidas, vamos comprometermo-nos, com esperança e determinação, a construir o mundo melhor ao qual aspiramos. Vamos comprometermo-nos com um futuro que faça jus ao nome da nossa indispensável Organização.”

23.10.23

Tsunamiz com novo álbum de originais "Kultur Is Dead"


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Tsunamiz © José Teixeira

Tsunamiz © José Teixeira

O prolífico autor-compositor, intérprete e produtor português Tsunamiz, nome artístico de Bruno Sobral, lança "Kultur Is Dead", o seu sexto álbum de originais.

Fiel à sua identidade já muito vincada, o músico apresenta ao longo de 12 canções um álbum que mistura de forma arrojada diversos estilos musicais que vão desde o indie rock, o disco e o industrial ao pós-punk, o electro e a pop alternativa criando uma sonoridade simultaneamente retro e futurista.

Segundo Tsunamiz: “este é o meu álbum mais maduro e bem produzido até à data e o que tem uma mensagem mais optimista de liberdade e empoderamento pessoal.”

O álbum conta com as participações de Priscilla Devesa (Press Play, Anarchicks) e Rodrigo Velez (Clockwork Boys). "Kultur Is Dead" foi produzido por Tsunamiz e masterizado por Jorge Lopes Fernandes, produtor já nomeado para um Grammy, nos estúdios SoundScapes, e vai estar disponível em todas as plataformas de streaming de música a 27 de Outubro.

23.10.23

The Cinematic Orchestra regressam a Portugal e fazem a sua estreia no Centro Cultural Vila Flor


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The Cinematic Orchestra

Direitos Reservados

Depois de uma ausência algo prolongada, os britânicos The Cinematic Orchestra estão de volta a Portugal para comemorar os 20 anos do disco “Man With a Movie Camera” no país que o viu nascer. Este reencontro com os palcos portugueses acontece em três concertos especiais que celebram este marco, estando o primeiro reservado para Guimarães (cidade onde se estreiam), já no próximo sábado, 28 de Outubro, às 21h30, na maior sala do Centro Cultural Vila Flor.

A virtuosa banda volta a Portugal, neste mês de Outubro, para três concertos muito especiais de comemoração do vigésimo aniversário do seu álbum “Man with a Movie Camera”, com visuais exclusivos a cargo de Ben Olsen. A música de "Man With a Movie Camera" e os novos temas do álbum que terá edição em 2024 são o mote para estes três concertos.

A criação deste álbum remonta às comemorações do Porto como Capital Europeia da Cultura em 2001, altura em que Jason Swinscoe dos The Cinematic Orchestra foi desafiado a criar uma banda sonora para um filme mudo como uma performance única. O filme era “Man with a Movie Camera”, de Dziga Vertov, um clássico e um dos primeiros documentários do cinema da União Soviética, produzido em 1929, e aclamado por muitos, incluindo o British Film Institute, como um dos maiores filmes de todos os tempos, quase 100 anos depois da sua criação. A atuação decorreu no histórico Coliseu do Porto, e terminou com a ovação de 3.500 pessoas de pé. Desde então, os The Cinematic Orchestra desenvolveram uma relação de amor com o público português que nunca mais desvaneceu. “Man with a Movie Camera” foi finalmente gravado e lançado em 2003 e foi recebido com muitos elogios.

Este regresso da banda de Jason Swinscoe (que agora vive em Lisboa) aos palcos portugueses acontece assim no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, no dia 28 de Outubro, rumando depois ao Porto e a Lisboa. A banda britânica de nu jazz e downtempo, criada em 1999, impõe elementos que combinam a improvisação de jazz ao vivo com música eletrónica, tendo produzido quatro álbuns de estúdio – “Motion” (1999), “Every Day” (2002), “Ma Fleur” (2007) e “To Believe” (2019) –, bem como dois álbuns de bandas sonoras – o agora revisitado “Man with a Movie Camera” (2003) e “The Crimson Wing: Mystery of the Flamingos” (2009).

Os bilhetes para este concerto já estão disponíveis pelo valor de 32 euros e podem ser adquiridos online em aoficina.pt ou presencialmente nas bilheteiras dos equipamentos culturais geridos pel’A Oficina como o Centro Cultural Vila Flor (CCVF), o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), a Casa da Memória de Guimarães (CDMG) ou a Loja Oficina (LO), bem como nas várias entidades aderentes da BOL.

23.10.23

Público rendido à sonoridade e estética únicas dos Lusitanian Ghosts


Arte Notes.

 

Lusitanian Ghosts no Teatro Taborda em Lisboa

Os Lusitanian Ghosts encheram o icónico Teatro Taborda em Lisboa, na apresentação ao vivo do seu novo álbum, “Lusitanian Ghosts III”, que teve lugar no passado dia 14 de Outubro.

O público presente no concerto ficou totalmente rendido à sonoridade e estética únicas deste singular projecto, que se distingue e demarca por uma grande originalidade, aliada à excelência da execução técnica dos músicos que o compõem.

O colectivo de cordofones tocou a novo disco, “Lusitanian Ghosts III”, na sua totalidade, preenchendo depois dois encores com músicas dos seus dois primeiros álbums, “Lusitanian Ghosts” (2019) e “Exotic Quixotic” (2021).

Lusitanian Ghosts é um colectivo luso-sueco que pratica uma singular fusão entre a sonoridade de instrumentos de corda populares portugueses e europeus, e uma estética de rock n´roll alternativo. As violas tradicionais, como a Beiroa, a Campaniça, a Braguesa, a Terceirense ou a Amarantina, cada qual detentora de afinações e arranjos específicos, aliam-se a diversos outros instrumentos de corda europeus, numa simbiose única entre a música tradicional e uma vertente contemporânea, conferindo a estes instrumentos populares uma abordagem rock, baseada numa perspectiva sócio-política, com vista à criação de um mundo melhor, através de composições dirigidas à mente e ao coração.

O projecto Lusitanian Ghosts é composto pelo luso-canadiano Neil Leyton (voz), pelo sueco Micke Ghost (o primeiro sueco a tocar a Viola Amarantina), por João Sousa (na bateria e adufe), por Abel Beja (Primitive Reason, Beak Scenatrio, na viola Terceira), por António Bexiga (RAIA, na viola Campaniça) e por Jan-Eric Olsson (no baixo e na viola Beiroa).

Nos encores deste concerto, juntou-se ainda O Gajo (viola Campaniça) também ele integrante no colectivo durante o período do primeiro álbum e espectáculos de 2019 a 2021.

O álbum "Lusitanian Ghosts III" encontra-se disponível, desde o passado dia 15 de Setembro, em vinil em versão mono e também em versão estéreo, bem como em streaming nas principais plataformas digitais.

20.10.23

"O mio babbino caro"


Arte Notes.

 

A voz e a arte de Maria Callas dão nova vida à ária "O mio babbino caro", da ópera "Gianni Schicchi" de Puccini, no novo vídeo ilustrado por Matteo Cozzo.

Considerada uma das mais belas obras de Puccini, o vídeo conta a história desta ária comovente através do estilo único do designer, usando a técnica de colagem para criar texturas, expressões e efeitos únicos.

20.10.23

"Fados de Coimbra e Outras Canções” encerra a série de onze reedições da obra musical de José Afonso


Arte Notes.

 

José Afonso «Fados de Coimbra e Outras Canções»

Capa "Fados de Coimbra e Outras Canções”

“Fados de Coimbra e Outras Canções” encerra a série de onze reedições da obra musical de José Afonso, levada a cabo pela editora Mais 5.

Originalmente publicado com a chancela da Orfeu, tal como os dez anteriores álbuns até agora reeditados, "Fados de Coimbra e Outras Canções”, gravado em 1981, é uma homenagem e também uma referência histórica que releva a forma original e autêntica de José Afonso perante uma tradição que permanentemente inovou e recriou.

Gravado com a colaboração musical de Octávio Sérgio, Durval Moreirinhas, Júlio Pereira e Janita Salomé, o disco é dedicado a seu pai e a Edmundo de Bettencourt, “o maior cantor de Fados de todos os tempos” e “um grande poeta”, como o caracterizou o próprio José Afonso numa entrevista. Com este sinal, José Afonso afastava qualquer intenção revivalista da concepção canónica do Fado de Coimbra e de tradições folclóricas estudantis que renasciam em ambientes conservadores na Academia, para reforçar a importância de inovar na tradição, um processo que Edmundo Bettencourt iniciou na forma de cantar e na introdução de cantigas populares no Fado.

José Afonso inicia as suas actividades fadistas como cantor ainda muito jovem, como estudante liceal em Coimbra. O seu repertório é variado, estendendo-se às cantigas populares. Em 1952, a revista Via Latina relevava-lhe a “voz suave e branda” que contrastava com a tradicional forma “esgoelada e gritada” de cantar o fado de Coimbra. Estava dado o mote para um processo de renovação não só do fado de Coimbra mas também da música popular portuguesa, e que viria a resultar numa obra discográfica que constitui um marco fundamental do nosso património cultural.

Masterizada por Florian Siller no Soundgarden Tonstudio em Hamburgo, a nova edição de "Fados de Coimbra e Outras Canções” já está disponível em LP, CD e digital.

19.10.23

"Take On Me"


Arte Notes.

 

Neste dia, em 1984, a banda norueguesa de synth-pop A-ha lançava o single "Take On Me". Sendo hoje considerada um clássico, o primeiro lançamento da música vendeu apenas cerca de 300 cópias em todo o mundo. O sucesso mundial dos três noruegueses veio no ano seguinte, quando a música foi relançada com um videoclipe especial, que combinava animação com imagens reais.

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