Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Arte Notes.

Blog inspirado nas obras e na criatividade dos artistas, assim como no respeito pelos direitos humanos e meio ambiente.

Arte Notes.

Blog inspirado nas obras e na criatividade dos artistas, assim como no respeito pelos direitos humanos e meio ambiente.

28.11.23

“Um dos maiores pintores da primeira geração do modernismo português”


Arte Notes.

 

Eduardo Viana “Guitarra Minhota” (1943)

Imagem Wikiart

Documentos fundamentais da modernidade portuguesa, as pinturas que Eduardo Viana realizou, em 1925, para a decoração d’A Brasileira, paisagens de Sintra e do Algarve, a par dos nus deste mesmo ano, “pintura-programa” do artista, são exemplos da maturidade que atinge e expressa em sensualismo cromático. Os anos de estadia na Bélgica (1930-1940) marcaram um interregno na trajectória do pintor, pelo pouco que se conhece deste período da sua vida.

A partir de 1940, definitivamente em Portugal, isolado de tudo e de todos, concentrou-se na natureza-morta, tema quase exclusivo da sua pintura a partir de então. Os objectos que o rodeavam no ateliê e utilizava como modelo, como é exemplo Guitarra Minhota” (1943), eram pretextos para sucessivos exercícios de composição.

Com uma carreira artística de mais de meio século, Eduardo Viana, nascido neste dia, em 1881, é considerado “um dos maiores pintores da primeira geração do modernismo português”.

27.11.23

The world's greatest guitarist


Arte Notes.

 

Imagem Wikipédia

A carreira de Jimi Hendrix durou apenas 4 anos, mas deixou para sempre uma marca indelével e individual na música popular com o seu jeito revolucionário e extravagante de tocar guitarra. Explorando as possibilidades explosivas da guitarra elétrica, criou uma forma musical inteiramente nova, tudo antes da sua morte prematura aos 27 anos. Jimi Hendrix completaria hoje 81 anos.

26.11.23

LINA_ convida Rodrigo Cuevas no seu novo single “O Que Temo E O Que Desejo”


Arte Notes.

 

Capa single «O Que Temo E O Que Desejo»

Capa single "O Que Temo E O Que Desejo"

A portuguesa LINA_ e o espanhol Rodrigo Cuevas, duas das vozes mais quentes, expressivas e singulares que se podem ouvir na actualidade, unidas em torno das palavras de Camões. Eis o desafio de LINA_, em “O Que Temo E O Que Desejo”, o segundo single que antecede o lançamento do seu novo álbum, “Fado Camões”, a editar mundialmente a 19 Janeiro do próximo ano pela editora alemã Galileo Music.

“Estou muito contente por cantar com a LINA_ que é uma artista que admiro muito”, afirma Rodrigo Cuevas, que actuou em Portugal há semanas. “Foi um enorme privilégio ter-me abeirado assim do folclore e da canção portuguesa e estou muito agradecido por ter tido esta oportunidade”, acrescenta alguém que tem tido um papel essencial na afirmação da nova música espanhola no mundo.

O mesmo acontecendo com LINA_ quando se pensa na música portuguesa. Ela lançou dois álbuns como Carolina, mas foi há três anos que saltou para os palcos do mundo, num álbum aventuroso em co-autoria com Raül Refree que levava mais longe a linguagem do fado, celebrando Amália. Já Rodrigo Cuevas faz parte de uma nova geração de artistas que remexe na tradição para encontrar novos argumentos de futuro com uma linguagem pop contemporânea que deve algo ao imaginário queer e ao hedonismo. Tal como no caso de LINA_, o encontro dele com o produtor Raül Refree foi essencial para afirmar uma nova visão, coexistindo na sua música, estilo e arte, diversos idiomas folcróricos com elementos contemporâneos, como se constata ouvindo o último álbum "Manual de Romería" (2023).

Tudo isso acaba por estar presente em “O Que Temo E O Que Desejo”, uma canção quente de tonalidades fadistas, mas que já é outra coisa, com a guitarra portuguesa a serpentear por entre palmas e um ritmo electrónico pausado mas insinuante, com a voz de LINA_ coadjuvada pela de Rodrigo, a fazerem renascer o espírito ibérico que caracterizou Portugal até ao século XVII, juntando-se o português e o galaico-português sem quaisquer estigmas e em harmonia.

Este é o segundo single, depois de "Desamor", que antecede o álbum "Fado Camões", e que prenuncia o que aí vem, com LINA_ a não perder de vista o arrojo do passado recente, sem renegar uma linha também tradicional. Depois do sucesso e dos inúmeros concertos e prémios (como a disco do ano da World Music Chart de 2020 ou o Prémio Carlos do Carmo 2021 entre inúmeros outros prémios europeus) regressa agora com um álbum mais pessoal, abrindo-se um novo capítulo com a produção do músico, produtor e compositor britânico Justin Adams, conhecido por trabalhos com Robert Plant, Rachid Taha, Tinariwen e Souad Massi, ou colaborações com Brian Eno ou Sinead O’ Connor. Em quase todos os projectos onde Justin Adams se envolveu existe essa ideia de aliar tradição com modernidade, não sendo por isso surpresa a aliança com LINA_.

O álbum que aí vem coloca a poesia de Camões em novos cenários, tendo sido preciosa a colaboração da guitarra portuguesa de Pedro Viana, o piano, teclas e arranjos de John Baggott, músico inglês que já tocou com os Massive Attack, Portishead ou Robert Plant, e em dois temas, Ianina Khmelik, no violino. Estes músicos, aliás, andarão em digressão com LINA_, a partir de Janeiro de 2024, sendo que John Baggott será um convidado em eventos especiais.

Outra colaboração relevante é a de Amélia Muge, que para além de ser autora da música de uma das canções, ajudou na adaptação das letras. Mas, para já, existe “O Que Temo E O Que Desejo”, onde LINA_ e Rodrigo Cuevas nos devolvem uma canção que fala de desejo, morte e vida, porque isto anda tudo ligado.
Fonte

26.11.23

Nuno Melo apresenta novo single “O Que Achares Melhor” com Edu Mundo


Arte Notes.

 

Capa Single «O Que Achares Melhor»

Capa Single "O Que Achares Melhor"

O cantautor portuense Nuno Melo apresenta mais um single do seu disco de estreia que será lançado em 2024: “O Que Achares Melhor” é uma canção feita em colaboração com o músico Edu Mundo, e que fala do fluir com a corrente, não querer mover o rochedo que se nos apresenta no caminho mas encontrar forma de o contornar. A questão de existir uma falta não é relevante, pois há resignação, não de uma desistência mas de um certo sintoma de plenitude.

Foi assim que foi criada, nasce na guitarra de Edu Mundo durante o jantar, e os dois músicos ao se esquecerem da chave para sair do estúdio, ficam madrugada dentro, sem outra resolução senão acabar de compor e gravar, e entre as chamadas de SOS, os takes iam-se fazendo e a música ficando consumada.

Esta canção nasce e desenvolve-se como uma planta, que seguindo a lei da causalidade faz apenas o que tem de fazer. Com este lançamento, continuará o seu caminho, e seja ele qual for, será o certo.

26.11.23

Tape Junk e Pedro Branco lançam single “Redwood Porch”


Arte Notes.

 

“Redwood Porch” é o segundo single extraído do projecto que junta os músicos Tape Junk e Pedro Branco. Depois de “Battle Cry”, lançado no passado mês de Setembro, a dupla continua a levantar o véu sobre o álbum “Bolero” que tem edição marcada para Fevereiro de 2024 pelos Discos Submarinos.

À semelhança do primeiro single, também “Redwood Porch”, com letra e música assinadas pela dupla, assoma o território da desventura amorosa – um universo que, de certa forma, abraça todo o disco. “Redwood Porch” é uma clássica balada indie/folk, trespassada por uma melancolia reconfortante e pautada por notas de esperança, que subsiste na força da sua mensagem.
Fonte

25.11.23

Uma das violações dos direitos humanos mais frequentes e generalizada


Ana Branco

 

Hoje assinala-se mais um  Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. Desde o assédio e abuso sexual até ao femicídio e a um aumento da violência sexual em lugares afectados por conflitos armados e violência, a violência contra as mulheres e meninas é uma das violações dos direitos humanos mais frequentes e generalizada.

 

Imagem Pixabay

 

Violência facilitada pela tecnologia contra mulheres e meninas

A falta de uma definição comum de violência contra mulheres e raparigas facilitada pela tecnologia tem impacto na falta de dados comparáveis a nível global. Mas os dados disponíveis recolhidos a nível nacional e regional confirmam elevadas taxas de prevalência.

Uma em cada 10 mulheres na União Europeia sofreu assédio cibernético desde os 15 anos de idade, incluindo o recebimento de e-mails ou mensagens SMS sexualmente explícitos indesejados e/ou ofensivos, ou avanços ofensivos e/ou inadequados em sites de redes sociais.

Nos Estados Árabes, um estudo regional concluiu que 60 por cento das mulheres usuárias da Internet na região foram expostas à violência online no ano passado.

No Uganda, em 2021, cerca de metade das mulheres (49 por cento) relataram ter estado envolvidas em assédio online em algum momento da sua vida.

De acordo com uma pesquisa de 2016 da Comissão Nacional Coreana de Direitos Humanos, 85% das mulheres sofreram discurso de ódio online.

 

Alterações climáticas e violência contra mulheres e meninas

As alterações climáticas e a lenta degradação ambiental exacerbam os riscos de violência contra mulheres e raparigas devido ao deslocamento, à escassez de recursos e à insegurança alimentar e à interrupção da prestação de serviços aos sobreviventes.

Após o furacão Katrina em 2005, a taxa de violação entre mulheres deslocadas para parques de caravanas aumentou 53,6 vezes a taxa de base no Mississippi, EUA, nesse ano.

Na Etiópia, houve um aumento no número de raparigas vendidas para casamentos precoces em troca de gado para ajudar as famílias a lidar com os impactos das secas prolongadas.

O Nepal testemunhou um aumento no tráfico de mulheres e meninas de cerca de 3.000 a 5.000 por ano em 1990 para 12.000 a 20.000 por ano após o terramoto de 2015.

 

Femicídios/Feminicídios

Em 2021, cerca de 45 mil mulheres e meninas em todo o mundo foram mortas pelos seus parceiros íntimos ou outros membros da família. Isto significa que, em média, mais de cinco mulheres ou raparigas são mortas por hora por alguém da sua própria família.

Embora 56% de todos os homicídios de mulheres sejam cometidos por parceiros íntimos ou outros membros da família, apenas 11% de todos os homicídios de homens são perpetrados na esfera privada.

 

Prevalência da violência contra mulheres e meninas

Globalmente, estima-se que 736 milhões de mulheres – quase uma em cada três – foram sujeitas a violência física e/ou sexual por parceiro íntimo, violência sexual por não parceiro, ou ambas, pelo menos uma vez na vida (30 por cento das mulheres com 15 anos ou mais). Este número não inclui o assédio sexual. As taxas de depressão, perturbações de ansiedade, gravidezes não planeadas, infecções sexualmente transmissíveis e VIH são mais elevadas em mulheres que sofreram violência em comparação com mulheres que não a sofreram, bem como em muitos outros problemas de saúde que podem perdurar após o fim da violência.

A maior parte da violência contra as mulheres é perpetrada por maridos ou parceiros íntimos, actuais ou anteriores. Mais de 640 milhões ou 26 por cento das mulheres com 15 anos ou mais foram vítimas de violência praticada pelo parceiro íntimo.

Daquelas que estiveram num relacionamento, quase uma em cada quatro raparigas adolescentes com idades entre os 15 e os 19 anos (24 por cento) sofreu violência física e/ou sexual por parte de um parceiro íntimo ou marido. Dezasseis por cento das mulheres jovens de 15 a 24 anos sofreram esta violência nos últimos 12 meses.

 

Impacto da COVID-19 na violência contra mulheres e meninas

A pandemia da COVID-19 intensificou a violência contra as mulheres e as raparigas (VAWG) e também expôs e exacerbou profundas desigualdades estruturais, reverteu décadas de progresso na participação das mulheres no mercado de trabalho, aumentou o número de mulheres que vivem na pobreza extrema e aumentou o fardo dos cuidados não remunerados e do trabalho doméstico, que agravam os factores de risco e os impulsionadores da VCMR.

Em 2021, desde o início da pandemia, 45 por cento das mulheres relataram que elas ou uma mulher que conhecem sofreram uma forma de VCMR. Sete em cada 10 mulheres disseram pensar que o abuso verbal ou físico por parte de um parceiro se tornou mais comum. E seis em cada dez sentiram que o assédio sexual em espaços públicos piorou.


Violência sexual contra mulheres e meninas

Globalmente, 6 por cento das mulheres relatam que foram sujeitas a violência sexual por parte de alguém que não seja o seu marido ou parceiro. No entanto, é provável que a verdadeira prevalência da violência sexual não praticada pelo parceiro seja muito mais elevada, tendo em conta o estigma relacionado com esta forma de violência.

Quinze milhões de meninas adolescentes em todo o mundo, com idades entre 15 e 19 anos, sofreram sexo forçado. Na grande maioria dos países, as raparigas adolescentes correm maior risco de sexo forçado (relações sexuais forçadas ou outros actos sexuais) por parte de um actual ou antigo marido, parceiro ou namorado. Com base em dados de 30 países, apenas 1% já procurou ajuda profissional.

 

Tráfico de mulheres

Em 2020, por cada 10 vítimas de tráfico de seres humanos detectadas a nível mundial, cerca de quatro eram mulheres adultas e cerca de duas eram raparigas. A maioria das vítimas detectadas de tráfico para exploração sexual (91 por cento), são mulheres. A análise dos processos judiciais mostra que as vítimas do sexo feminino são sujeitas a violência física ou extrema nas mãos dos traficantes, a uma taxa três vezes superior à dos homens.


Violência contra meninas

Durante a última década, a taxa global de casamento infantil diminuiu, com a proporção global de mulheres jovens com idades compreendidas entre os 20 e os 24 anos que se casaram antes dos 18 anos a diminuir de quase uma em cada quatro em 2010 para quase uma em cada cinco (19 por cento) em 2022. No entanto, os efeitos profundos da pandemia estão a ameaçar este progresso, com até 10 milhões adicionais de raparigas em risco de casamento infantil na próxima década devido à pandemia.

A violência baseada no género relacionada com a escola é um grande obstáculo à escolarização universal e ao direito à educação das raparigas. Globalmente, um em cada três estudantes, com idades entre os 11 e os 15 anos, foi vítima de bullying pelos seus colegas na escola pelo menos uma vez no último mês, sendo que raparigas e rapazes têm igual probabilidade de sofrer bullying.

Embora os meninos sejam mais propensos a sofrer bullying físico do que as meninas, as meninas são mais propensas a sofrer bullying psicológico e relatam que são ridicularizadas por causa da aparência do seu rosto ou corpo com mais frequência do que os meninos.


Mutilação genital feminina

Pelo menos 200 milhões de mulheres e raparigas com idades entre os 15 e os 49 anos foram submetidas à mutilação genital feminina em 31 países onde a prática está concentrada.

Na África Subsariana, uma em cada quatro mulheres e raparigas foi submetida à mutilação genital feminina. Mas os níveis variam amplamente entre os países.

Ainda existem países onde a mutilação genital feminina é quase universal, onde pelo menos nove em cada 10 raparigas e mulheres, com idades compreendidas entre os 15 e os 49 anos, foram mutiladas, embora não afecte mais de 1 por cento das raparigas e mulheres nos Camarões e no Uganda.


Violência contra as mulheres na vida pública

Em cinco regiões, 82 por cento das mulheres parlamentares relataram ter sofrido alguma forma de violência psicológica durante o cumprimento dos seus mandatos. Isto incluiu comentários, gestos e imagens de natureza sexual sexista ou humilhante, ameaças e assédio moral. As mulheres citaram as redes sociais como o principal canal deste tipo de violência e quase metade (44 por cento) relatou ter recebido ameaças de morte, violação, agressão ou rapto contra elas ou contra as suas famílias. Sessenta e cinco por cento foram submetidas a comentários sexistas, principalmente por colegas do sexo masculino no parlamento.

Uma pesquisa global mostrou que 73% das mulheres jornalistas sofreram violência online. Vinte por cento disseram ter sido atacadas ou abusadas offline em conexão com a violência online que sofreram. O tema de reportagem mais frequentemente identificado em associação com ataques intensificados foi o género (49 por cento), seguido por política e eleições (44 por cento) e direitos humanos e política social (31 por cento).


Denúncia de violência contra mulheres

Menos de 40 por cento das mulheres que sofrem violência procuram qualquer tipo de ajuda. Na maioria dos países com dados disponíveis sobre esta questão, entre as mulheres que procuram ajuda, a maioria recorre à família e aos amigos e muito poucas recorrem a instituições formais, como a polícia e os serviços de saúde. Menos de 10 por cento das que procuram ajuda denunciaram à polícia.


Leis sobre violência contra mulheres e meninas

Pelo menos 162 países aprovaram leis sobre violência doméstica e 147 têm leis sobre assédio sexual no local de trabalho. No entanto, mesmo quando existem leis, isso não significa que estejam sempre em conformidade com as normas e recomendações internacionais ou que sejam implementadas e aplicadas.

Em Portugal, o número de ocorrências de violência doméstica participadas à PSP/GNR tem vindo a aumentar. Este aumento pode também indicar que as vítimas se sentem mais confortáveis em denunciar. No entanto, em todo o mundo, menos de 10% das que procuram ajuda denunciam o seu caso às autoridades.

Fonte

 

23.11.23

“Apresentação do Rosto”


Arte Notes.

 

Livro

 

(…)
Escreve-se.
Há as nuvens, as árvores, as cores, as temperaturas.
Há o espaço.
É preciso encontrar a nossa relação com o espaço.
Fazer escultura.
Escultura: objecto.
Objectos para a criação de espaço, espelhos para a criação de imagens, pessoas para a criação de silêncio.
Objectos para a criação de espelhos para a criação de pessoas para a criação de espaço para a criação de imagens para a criação de silêncio.
(…)

 

Nascido neste dia, em 1930, Herberto Helder é reconhecido como um dos maiores poetas portugueses contemporâneos e um dos mentores da poesia experimental portuguesa. “Apresentação do Rosto”, publicado em 1968, foi apreendido pela PIDE, que destruiu 1500 exemplares do livro, alegando “escrita em linguagem surreal e hermética que como obra literária não merecia qualquer reparo se não apresentasse passagens de grande obscenidade”. Foi reeditado em Julho de 2020.

22.11.23

Mestre Avilez


Arte Notes.

 

Carlos Avilez

Imagem editada de vídeo

Carlos Avilez (13 de Abril de 1939 - 22 de Novembro de 2023), um visionário que dedicou a sua vida ao enriquecimento cultural e educacional através do teatro.

22.11.23

"While My Guitar Gently Weeps"


Arte Notes.

 

Neste dia, em 1968, os Beatles lançavam o seu nono álbum de estúdio, "The Beatles", embora seja mais conhecido como “The White Album”. Foi o único álbum duplo da banda, e o design minimalista e austero da capa indicava uma evolução significativa na sua música, com canções como "Blackbird" e "While My Guitar Gently Weeps" a dar o tom.

Escrita por George Harrison, a música traz a guitarra solo de Eric Clapton, embora ele não tenha sido formalmente creditado no álbum.  Numa sondagem online realizada pela revista Guitar World em Fevereiro de 2012, "While My Guitar Gently Weeps" foi eleita a melhor das canções da era Beatle de Harrison.

21.11.23

"hot news"


Arte Notes.

 

Paweł Kuczynski «hot news»

Paweł Kuczynski "hot news"

As obras de Paweł Kuczynski incentivam a reflexão sobre a contingência social. É uma tendência relativamente antiga que os cartoonistas se envolvam desta forma, mas o trabalho artístico de Kuczynski pretende fazer mais do que apenas criticar. “Os artistas podem mudar tudo”, disse ele ao diário espanhol El Comercio. As suas obras incluem uma forte crítica à comunicação social e também fazem referência à desigualdade económica e à desconfiança política. 

O Dia Mundial da Televisão, que hoje se assinala, marca o reconhecimento da crescente importância que a televisão tem nos processos de tomada de decisão, através da atenção que atrai para temas como conflitos, ameaças à paz e à segurança.

21.11.23

Princípio básico


Ana Branco

 

Desenho

Desenho de autora

(…) O direito humano não pode ser fundamentado em nenhum caso senão sobre esse direito da natureza; e o grande princípio, o princípio universal de um e do outro, é o mesmo em toda a terra: “Não faças aos outros o que não queres que te façam”. Ora, não se percebe como, segundo esse princípio, um homem poderia dizer a outro: “Crê no que eu creio e não no que não podes crer; caso contrário, morrerás”. (…)

Nascido neste dia, em 1694, Voltaire publicou o “Tratado sobre a tolerância” em 1763 depois da morte de Jean Calas, injustamente acusado e executado a 10 de Março de 1762 pela morte do seu filho, que se havia convertido ao catolicismo.

Se, este tratado, é um dos escritos mais significativos do combate ao conservadorismo mais radical e ao espírito de intolerância religiosa que lhe anda associado, ele continua actual. Voltaire dirige o seu combate contra formas concretas de exercício do poder judicial e contra a promiscuidade entre a ideologia e os mecanismos da justiça e defende que se o ser humano é por natureza intolerante, essa tendência deve ser contrariada. Não tem sido. Muito pelo contrário. Somos cada vez mais intolerantes. A intolerância individual reflecte-se nos governos do mundo, no exercício do poder, na justiça ambicionada e nas ideologias, cada vez mais intolerantes, a que aderimos. A tolerância e a intolerância dizem respeito a cada um de nós, como forma de nos vermos a nós mesmos e aos outros. Antes de ser combatida no espaço social que habitamos, a intolerância tem de ser combatida na nossa mente.

A atitude ou prática de tolerar encontra-se a meio caminho entre a convicção e o repúdio, entre aquilo que é moralmente verdadeiro e aquilo que é inaceitável. É uma virtude difícil. Tolerar é difícil porque os limites daquilo que é socialmente aceitável nos parecem permanentemente contestáveis. Tolerar significa lidar com pessoas que querem transformar a sociedade em algo profundamente desconfortável para nós. Se por democrático entendemos um regime político no qual todos os cidadãos (mas não necessariamente todas as pessoas) contam com oportunidades equitativas (mas não necessariamente iguais) de influenciar efectivamente os rumos da sociedade por meio do autogoverno, então os desacordos morais acerca dos valores últimos da vida social são inevitáveis.

A tolerância é uma virtude constitutiva de uma sociedade democrática. A possibilidade de separarmos, de um lado, as nossas convicções morais e, de outro, o uso apropriado da coerção pública supõe como condição normal da vida social a convivência entre concepções de bem contraditórias entre si. Isto é, tolerância e pluralismo moral são conceitos indissociáveis. Qualquer conjunto de instituições políticas é inviável quando nos recusamos a aceitar regras mínimas de tolerância mútua. Tolerância implica, de algum modo, a autorrestrição pessoal contra a tentação de nos valermos da coerção colectiva para fazer da sociedade um reflexo directo das nossas concepções de bem.

20.11.23

Meredith Monk


Arte Notes.

 

 

I work in between the cracks, where the voice starts dancing, where the body starts singing, where theater becomes cinema.

É considerada uma figura inovadora na performance site-specific, enquanto a sua abordagem interdisciplinar continua a ter uma influência significativa nas gerações subsequentes de artistas e performers. Nascida neste dia, em 1942, Meredith Monk trabalha perfeitamente em todas as disciplinas - ultrapassando os limites da música, teatro, dança, vídeo e instalação - enquanto, no centro, explora continuamente o poder evocativo e a dimensionalidade da voz humana.

20.11.23

Os direitos das crianças são direitos humanos


Ana Branco

 

Hoje em dia, em muitos lugares, os direitos das crianças estão sob ataque. O Dia Universal dos Direitos da Criança, que hoje se assinala, visa consciencializar para a situação das crianças do mundo e promover o seu bem-estar e desenvolvimento.

A Convenção sobre os Direitos da Criança, adoptada a 20 de Novembro de 1989 pelas Nações Unidas, assenta em quatro pilares fundamentais que estão relacionados com todos os outros direitos das crianças: a não discriminação, o interesse superior da criança, a sobrevivência e o desenvolvimento. 54 Artigos, que podem ser divididos em quatro categorias de direitos:

  1. Os direitos à sobrevivência (ex. o direito a cuidados adequados);
  2. Os direitos relativos ao desenvolvimento (ex. o direito à educação);
  3. Os direitos relativos à protecção (ex. o direito de ser protegida contra a exploração);
  4. Os direitos de participação (ex. o direito de exprimir a sua própria opinião).

 

19.11.23

Economia do Bem-Estar


Ana Branco

 

Excerto do artigo publicado originalmente na Revista da Plataforma Portuguesa das ONGD de Novembro de 2023 "Economia, pessoas e planeta: que alternativas para o bem-estar", por Stewart Wallis - Presidente e Cofundador, Wellbeing Economy Alliance.

 

Desenho

Desenho de autora

 

«Por que razão é necessária uma mudança do sistema económico?

O nosso sistema económico atual está orientado para o crescimento, o lucro e a acumulação. Demasiadas vezes, este crescimento tem sido feito à custa do bem-estar das pessoas e do planeta. O nosso sistema económico tem quatro falhas sistémicas e interligadas. É insustentável, injusto, instável e gera infelicidade (com demasiadas pessoas deixadas para trás e que não se sentem valorizadas ou valiosas). Além disso, é um sistema em que já nem o "travão" nem o "acelerador” funcionam. Pretender um crescimento mais rápido do PIB dentro do sistema atual (mesmo que seja possível), com vista a criar bons meios de subsistência, necessários em todo o mundo, e a nivelar as sociedades entre si e no seu interior, conduzirá a um agravamento da perda da biodiversidade e a uma aceleração das alterações climáticas, ao passo que pretender um crescimento zero ou negativo dentro do sistema atual agravará ainda mais a desigualdade, a pobreza e as convulsões sociais.

 

Porquê uma Economia do Bem-Estar e em que consiste?

Ao transformarmos o nosso modelo económico atual em sistemas económicos de Bem-Estar determinados localmente, atacamos diretamente os problemas subjacentes ao sistema existente.

Uma Economia do Bem-Estar é uma economia concebida para proporcionar qualidade de vida e prosperidade a todas as pessoas, em harmonia com o ambiente. Coloca as cinco necessidades fundamentais das pessoas e do planeta no centro das suas atividades, garantindo que todas elas são igualmente satisfeitas à primeira.

Enquanto as Necessidades explicam "qual é a visão", os Testes Práticos descrevem "como saber que lá chegámos", oferecendo indicadores claros e mensuráveis dos resultados a alcançar.

Mas como é que lá chegamos? Os 4 Ps resumem o conjunto macro de mudanças de políticas/práticas que temos de reunir, como os cantos de um puzzle, para criar uma Economia do Bem-Estar.

- Propósito da economia: proporcionar o bem-estar humano e ecológico. Por exemplo, um conjunto mais vasto de medidas de sucesso do que o PIB e planos de desenvolvimento nacional visionários.

- Prevenção: não se contentar apenas em reparar o mal causado, mas evitar que o mal aconteça logo à partida. Por exemplo, os orçamentos por resultados e a produção e o consumo circulares.

- Pré-distribuição: a economia ser capaz de fazer a maior parte do trabalho pesado em termos de obtenção dos resultados de que as pessoas e o planeta necessitam. Por exemplo, empresas sociais e empresas detidas pelos trabalhadores, criação de riqueza comunitária e salários dignos.

- Pessoas no centro da decisão: garantir que as pessoas participam nas decisões e na definição da agenda. Por exemplo, as assembleias de cidadãos/ãs e os orçamentos participativos.

 

A Economia do Bem-Estar continua a ser um sistema de economia mista (com atores fortes no Estado, no setor privado e no terceiro sector), mas que funciona com um conjunto muito diferente de objetivos, valores, instituições e incentivos. Além disso, não só são necessárias políticas diferentes, como a elaboração de políticas deve ser feita de forma diferente, com um elevado envolvimento dos cidadãos e cidadãs ao longo de todo o ciclo das políticas públicas – desde a definição da agenda até à tomada de decisões, ao acompanhamento e à avaliação.

Não existe um modelo único para uma Economia do Bem-Estar. A configuração, as instituições e as atividades que nos levam até lá poderão ser diferentes, tanto entre países como entre diferentes comunidades dentro dos países.

Existem também outros nomes e estratégias para sistemas económicos alternativos que adotam versões diferentes do quadro de Necessidades e Testes Práticos da Economia do Bem-Estar, tais como “economia donut”, economia regenerativa, decrescimento, Buen Vivir e Ubuntu, e nós colaboramos e navegamos pelo meio destas visões semelhantes, com muitos destes movimentos a integrarem já a rede e a aliança da WEAll. Podem assentar em abordagens, linguagens e modelos diferentes, mas todas elas partilham um objetivo comum: o bem-estar para todos/as, num planeta saudável.(...)»

18.11.23

"The Unforgiven II"


Arte Notes.

 

Escrita por James Hetfield, Lars Ulrich e Kirk Hammett, "The Unforgiven II" é single do álbum “ReLoad” lançado a 18 de Novembro 1997 como sequência de "The Unforgiven", que aparece no álbum “Metallica”. Uma canção sobre a dor, a tristeza e a dificuldade.

Ambas as músicas têm temas musicais semelhantes. A progressão de acordes durante os versos é muito semelhante à usada no refrão de "The Unforgiven". O rapaz do vídeo é o mesmo do primeiro vídeo de "Unforgiven". No primeiro, ele tinha cerca de 8 anos. Neste, ele tem cerca de 14 anos.

Mais de uma década depois, a música foi seguida por uma segunda sequência, "The Unforgiven III", no álbum “Death Magnetic”. Até 2015, a música só foi tocada uma vez ao vivo.

18.11.23

"Aprender com as vítimas e os sobreviventes de violência sexual na infância para inspirar a mudança de políticas"


Ana Branco

 

Dia Europeu da Proteção das Crianças contra a Exploração e o Abuso Sexual

Imagem do Dia Europeu da Proteção das Crianças contra a Exploração Sexual e o Abuso Sexual

A exploração sexual ou o abuso sexual infantil nunca é culpa da criança. No entanto, demasiadas vezes, o estigma e sentimentos de vergonha impedem-nas de falar com alguém sobre isso. Em muitos casos, as vítimas/os sobreviventes não se sentem capazes de revelar as suas experiências antes de atingirem a idade adulta. Consequentemente, não conseguem aceder a ajuda ou apoio para se curarem deste trauma. Como resultado, os perpetradores prosseguem impunes, o que pode levar a mais abusos sobre a mesma criança ou sobre outras.

Temos de quebrar o silêncio em torno do abuso sexual e aprender com as experiências das vítimas/ dos sobreviventes para melhorar os serviços de proteção e prevenção para eliminar o abuso sexual de todas as crianças em todos os lugares.

A edição de 2023 do Dia Europeu da Proteção das Crianças contra a Exploração Sexual e o Abuso Sexual centra-se na aprendizagem com as vítimas/os sobreviventes de violência sexual na infância para inspirar a mudança de políticas. Esta será uma oportunidade para destacar a importância do envolvimento com as vítimas/os sobreviventes para aprender consigo e com as suas experiências traumáticas, para compreender o que poderia ter sido mais bem feito para reagir, denunciar e para os apoiar. Dar-lhes uma voz pode inspirar a mudança.

18.11.23

"Theo"


Arte Notes.

 

Imagem editada

Imagem editada de vídeo

Às vezes o gato fitava
com estranheza
o que de nós (um excesso)
se interpunha entre nós e o gato,
a nossa presença.

in "Cuidados Intensivos"

 

Dia de recordar Manuel António Pina, jornalista e escritor que "brincava" com as palavras e os conceitos, num verdadeiro trocadilho, fazendo da sua obra um permanente "jogo de imaginação", um labirinto que obriga a um verdadeiro trabalho de desconstrução para se encontrar a saída.

17.11.23

Criatividade e mitos


Arte Notes.

 

Imagem Pixabay

O Dia Mundial da Criatividade, diferente do Dia Mundial da Criatividade e Inovação, é celebrado a 17 de Novembro e visa enaltecer a importância da criatividade para a vida humana.

Se ser criativo implica uma multiplicidade de requisitos pessoais (cognitivos e emocionais) e sociais, numa relação recíproca entre o indivíduo que muda o mundo e a aprendizagem que este constantemente lhe proporciona, também é facto que o conceito de criatividade facilita a existência de mitos, para além de ideias erradas e frequentemente nefastas que a História vai fornecendo.

Sentir-se inspirado de forma súbita e inexplicável, ser criativo porque de repente se é simplesmente iluminado para a resposta a criar, é com frequência associado à criatividade. Tais momentos existem, tanto ocorrem em criadores famosos como no quotidiano de qualquer pessoa, muito embora o conhecimento tenha aqui um papel fundamental pois previne repetições, facilita o foco da atenção no que é novo e útil e promove a associação remota de informação.

A criatividade é muitas vezes associada aos génios, sobredotados ou particularmente talentosos, promovendo a ideia de que ser criativo não é para todos, nem alvo de desenvolvimento, mas sim privilégio de alguns, numa visão elitista. Competências criativas podem ser treinadas e ser criativo é educável.

A criatividade não está circunscrita ao domínio artístico. Às vezes, há mesmo a atribuição de exclusividade no 'ser criativo' aos artistas, não se reconhecendo a criatividade em outros domínios. Ser criativo é tanto uma mais-valia em qualquer área profissional como na vida em geral.

Muitas vezes, o criador tanto aparece associado ao génio que vive inspirações inexplicáveis e episódios dramáticos, como à figura de génio louco, isto é, a associação entre criatividade e doença mental. Não há dados sólidos para uma maior incidência da doença mental em pessoas criativas face à população em geral. Pelo contrário, vários estudos demonstram a relação entre criatividade e condições para bem-estar e saúde mental. A relação da criatividade com o bem-estar esteve e está no centro do movimento humanista, sendo o criativo aquele que atinge autorrealização.

A criatividade também pode ser associada à desviância (comportamento que diverge das expectativas, normas ou valores dos membros de um certo grupo) e a comportamentos disfuncionais, pela sua diferença e incumprimento de regras. O facto de as pessoas criativas terem maior facilidade em lidar com o risco, gostarem de novas ideias e não se sentirem obrigadas a seguir padrões estandardizados de vida pode ser mais confundido com potenciais desestabilizadores e ser mesmo alvo de controlo organizacional. Porém, criatividade e desviância já foram empiricamente distinguidas. O meio pode diminuir as oportunidades para que características criativas potenciem desviância. Se as condições éticas e as regras de funcionamento estiverem bem definidas, evita-se a ambiguidade. As pessoas criativas terão menos justificações para situações que não são consideradas éticas e mais possibilidades para conciliar o seu poder divergente com a expressão criativa e motivada no contexto que frequentam.

16.11.23

Pensamento crítico


Ana Branco

 

Dia Mundial da Filosofia

Imagem do Dia Mundial da Filosofia

O homem, quando começa a investigar os magnos problemas metafísicos, já está na vida. E a vida humana, a vida concreta deste ou daquele, pode não se preocupar com os problemas da ontologia, mas, em vez disso, como vimos quando falamos da relação entre psicologia e ética, é constitutivamente 'moral'. Antes de fazer filosofia o filósofo escolheu, e em boa parte feito, moralmente a sua vida. Essa atitude moral anterior não influenciará a orientação filosófica? Sem dúvida, sim. Mas houve filósofos que, indo mais longe, chegaram a inverter os termos da subordinação. Segundo eles, é a metafísica e a filosofia em geral que depende da moral. "O tipo de filosofia escolhida — afirmou Fichte — depende do tipo de homem que se é”.

in "Obras completas. Volume 2: Ética”

 

José Luis L. Aranguren defendia a tese de que o ser humano é estruturalmente moral. Isto significa que toda a vida humana é ética, independentemente do conteúdo que venha a ser dado a essa forma constitutiva. A dimensão social da moral individual e da Ética como fundamento das relações sociais é um aspecto distintivo da investigação de Aranguren que tanto se interessou pela Sociologia da Educação e da Comunicação, pela Teoria da Informação e pela Teoria dos Sistemas, como pela Literatura e pela crítica à cultura estabelecida ou à partidocracia.

O Dia Mundial da Filosofia, que hoje se assinala, é uma oportunidade para realçar a importância do pensamento crítico para encontrar novas formas de construir sociedades justas e igualitárias.

Pág. 1/3